Qual dos géneros é mais propenso a “subir na horizontal”?

A pesquisa descobriu que os homens, especialmente os homens em cargos inferiores, são quem mais usa a sua sexualidade no trabalho. O objectivo é passar uma imagem de poder.

Vivemos num momento em que o assédio sexual no trabalho é um problema mais denunciado do que nunca graças ao movimento MeToo. No entanto, a tradição de usar favores sexuais para subir na carreira continua e uma nova pesquisa publicada na Organizational Behavior and Human Decision Processes descobriu qual dos géneros é mais propenso a “subir na horizontal”.

A série de seis estudos concluiu que, apesar de terem a fama de serem mais interesseiras ou de namoriscarem para benefício próprio, as mulheres não têm o proveito, já que são os homens quem mais usa a sua sexualidade para ascender profissionalmente, escreve o PsyPost.

Os investigadores chegaram a esta conclusão após seis estudos que estabelecerem a relação entre a identidade sexual social e o comportamento sexual social.

A amostra incluiu 2598 pessoas que responderam a um inquérito onde avaliavam se eram namoriscadores e charmosos, se tinham “sex appeal”, se gostavam de brincar com pessoas do sexo oposto e se namoriscavam ou usavam a linguagem corporal para persuadir alguém a fazer algo que os beneficiasse.

Os autores também usaram várias variações deste inquérito assim como avaliações de vários outros factores psicológicos, incluindo intenções de comportamento sexual social, identidade moral, comportamento de assédio sexual, narcisismo, sexismo hostil e benevolente, motivos de autotranscendência e auto-aprimoramento e outros. O género também foi um factor incluído a análise.

Os resultados confirmaram que a identidade sexual social prevê o comportamento sexual social, incluindo o assédio. Sendo esta identidade mais forte nos homens, explica em grande parte as diferenças entre os comportamentos dos géneros.

O comportamento sexual social masculino aumentava quando queriam passar uma imagem de poder, ou seja, os homens namoriscam mais quando querem ser vistos como poderosos, particularmente os homens em cargos menores. Isto já não se verificou nas mulheres.

“Ficamos surpreendidos por os homens subordinados namoriscarem mais ofensivamente do que os homens com mais poder. Isto parece desafiar o que vimos como o #MeToo, mas sugere que estes homens foram motivados por um desejo por mais poder”, explica Laura J. Kray, autora principal do estudo.

Adriana Peixoto, ZAP //

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