Sem espinhas. O Porto terminou o Grupo B da Liga dos Campeões no primeiro lugar, com 12 pontos em 18 possíveis, após bater o Atlético de Madrid no Estádio do Dragão por 2-1, golos de Taremi e Eustáquio ainda na primeira parte – e autogolo de Marcano nos descontos.
A formação lusa foi sempre melhor que os “colchoneros”, que mostraram grandes debilidades defensivas e pouco ímpeto para atacarem como um colectivo e criarem problemas ao último reduto portista.
Os espanhóis terminaram mesmo em último lugar e estão fora da Europa, uma vez que o Leverkusen empatou em casa com o Club Brugge.
Lição de pragmatismo e eficácia dos “azuis-e-brancos”. A estratégia do Porto bateu totalmente certo numa primeira parte de Atlético com mais bola, mas sem saber o que fazer com ela.
Os espanhóis precisavam mais do resultado do que os portistas, pois corriam o risco de serem afastados por completo das provas europeias, pelo que os “dragões” fecharam-se mais e apostaram em contra-ataques letais.
Logo aos cinco minutos, Pepê conduziu, fez um belo passe para Evanilson, que assistiu Mehdi Taremi para o 1-0.
A fragilidade defensiva dos “colchoneros” ficou ainda mais demonstrada aos 24 minutos, quando Galeno fugiu pela esquerda facilmente e cruzou rasteiro e atrasado para Stephen Eustáquio, que rematou com sucesso para o 2-0.
O médio era o melhor ao intervalo, com um GoalPoint Rating de 6.9, pelo golo, os dois duelos aéreos defensivos ganhos, cinco recuperações de posse e outras tantas acções defensivas.
O jogo mudou um pouco no segundo tempo. Os “dragões” em vantagem, perceberam que tinham de tirar a bola ao Atlético para cortar desde logo com qualquer possibilidade de reacção, e a verdade é que os lances de perigo junto à baliza portista foram escassos.
Ao invés, Evanilson esteve, por duas vezes, muito perto do golo, uma vez atirou por cima, outra cabeceou para defesa de Oblak.
O Atlético, a espaços, começou a criar mais perigo, em especial após a entrada de Ferreira-Carrasco, que fez um passe fantástico para Ángel Correa, e este, perante Diogo Costa, permitiu a defesa do guardião portista.
E depois foi o próprio belga a obrigar o guardião luso a grande intervenção. Até final só houve um golo, para o Atlético, mas teve de ser mesmo um jogador portista a marcar na própria baliza, nos descontos. Marcano tentou desviar um canto e acabou por desviar para o sítio errado.
Melhor em campo
Após a nota máxima conseguida na goleada imposta ao Club Brugge, na quinta jornada, Mehdi Taremi voltou a mostrar-se num nível elevado na Champions.
O iraniano foi, mais uma vez, o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.7, ele que fez um golo bem cedo, logo aos cinco minutos.
O portista foi o mais rematador do jogo, com seis disparos, três enquadrados, criou duas ocasiões flagrantes em quatro passes para finalização, fixou o máximo de acções com bola na área contrária (8) e ainda ajudou com o número mais alto de acções defensivas no meio-campo contrário (4).
Destaques do Porto
Diogo Costa 6.9
Ao desafio. Foi assim que os dois guarda-redes se exibiram esta terça-feira, para ver quem brilhava mais. Diogo Costa teve de se aplicar na segunda parte, altura em que o Atlético mais tentou o golo, terminando com com cinco defesas e três saídas pelo solo eficazes.
Eustáquio 6.8
O melhor elemento da primeira parte. O médio jogou solto, desinibido. Defendeu, atacou organizou e fez ele próprio o 2-0. Eustáquio registou oito recuperações de posse, três desarmes e duas intercepções.
Otávio 6.7
O homem não sabe jogar mal. Otávio trabalhou imenso em prol do colectivo, somando o segundo valor mais alto de desarmes (5), mas também sete recuperações de posse. Esteve sempre pronto a lançar ataques dos da casa, terminando com três passes super aproximativos.
Galeno 6.6
Cansa ver o brasileiro a jogar e a dar tudo para esticar o jogo. Foi assim que fugiu pela esquerda e assistiu Eustáquio para o 2-0. No total recebeu 12 passes aproximativos, sendo o principal alvo da construção portista, e com a bola nos pés completou quatro de seis tentativas de drible (máximos) e assinou quatro conduções aproximativas. Pena a flagrante falhada.
Pepê 6.1
Desta feita a lateral-direito, o brasileiro trabalhou bastante e raramente foi ultrapassado no seu flanco. Terminou com sete recuperações de posse e sete acções defensivas, com destaque para três desarmes.
Wendell 6.0
Entrou no arranque da segunda parte para o lugar do lesionado Zaidu e esteve bem, em especial a atacar. Sem grandes registos defensivos, subiu e fez três passes para finalização, falhando somente dois de 24 passes.
Grujić 5.7
O sérvio jogou na vaga de Uribe e não comprometeu. O médio ganhou os dois duelos aéreos defensivos em que participou e fez quatro alívios.
Evanilson 5.6
Esforçado, mas desinspirado. O ponto alto da exibição do atacante foi a assistência para o golo de Taremi, de resto rematou muito (3), mas desperdiçou vários lances, incluindo uma flagrante.
Destaques do Atlético
Oblak 7.5
Enquanto o Atlético atacava e dava espaços a contragolpes do Porto, Oblak ia evitando um resultado mais dilatado, com algumas intervenções de luxo. O ex-Benfica fez seis defesas, cinco a remates na sua grande área.
Griezmann 6.2
O esquema rígido do Atlético tinha apenas um jogador a fugir a essa ideia petrificada de futebol. Griezmann era o único com capacidade e iniciativa para vir buscar jogo atrás e tentar organizar lances de ataque. Ainda assim os números não são por aí além, dos quais destacamos um passe de ruptura e oito recuperações de posse.
Witsel 6.1
Outro ex-Benfica (foram três em campo), Witsel foi dos mais esclarecidos, ainda que amarrado a tarefas defensivas. Fixou o máximo de desarmes do jogo (6) e completou 91% dos passes que realizou.
João Félix 4.5
Muito assobiado pelos adeptos e sem apoio nas suas investidas, via-se Félix sozinho contra o mundo, pelo que pouco ou nada fez de relevante. Saiu ainda cedo na segunda parte, com dois remates, um enquadrado.
Resumo
// GoalPoint
Esmagou. Podia ter ficado 5 ou 6.