O túmulo de D.Dinis, no mosteiro de Odivelas, continua a revelar segredos. Durante os trabalhos de restauro do túmulo, que foi aberto em maio de 2019, foi descoberta a espada do rei que ficou conhecido como O Lavrador. E a mítica espada, há longo tempo desaparecida, foi agora desenterrada.
A espada do rei D.Dinis de Portugal, descoberta em 2020 durante os trabalhos de restauro do seu túmulo, no Mosteiro Mosteiro de São Dinis e São Bernardo, em Odivelas, foi esta segunda-feira desenterrada, numa operação delicada que foi acompanhada pela RTP.
A espada encontrava-se do lado direito do rei, e “estava de alguma forma escondida pelos panejamentos”, conta à estação de televisão a arqueóloga Maria Antónia Amaral, coordenadora do projeto Estudo D.Dinis e diretora do Castelo de S.Jorge.
“Nós não sabíamos que íamos encontrar esta espada“, explica Maria Antónia Amaral. O túmulo já tinha sido anteriormente aberto, em 1938, mas na altura a espada manteve-se escondida dos olhos dos investigadores e permaneceu por descobrir.
A descoberta “é de uma importância imensa”, diz a arqueóloga ao Público. “São raríssimas as espadas régias. Há pouquíssimas no contexto europeu e no contexto português, sobretudo encontradas in situ“.
“Há algumas espadas que estão associadas a reis, como a de D. João I, mas não temos a certeza absoluta. Aqui temos“, acrescenta.
Pouco antes de morrer, D. Dinis, o rei Lavrador, expressou em testamento a vontade de ser sepultado não em Alcobaça, lugar de repouso tradicional dos nossos reis, mas no Mosteiro de Odivelas, por si apadrinhado.
Ninguém sabe por que razão decidiu D. Dinis ficar longe da sua Santa rainha, Isabel de Aragão, que está sepultada no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra.
O rei repousa assim há 700 anos em Odivelas, numa magnífica sepultura, sob arcadas góticas, rodeado de monges cistercienses e monjas em pose, mas a sua espada, com a qual teria sido enterrado, há muito tinha desaparecido, contava o Observador em 2016, antes do início dos trabalhos de restauro do túmulo.
A descoberta da espada com que o rei foi sepultado é de enorme importância, realça Maria Antónia Amaral, não só porque porque a espada está datada, também por ser “uma peça valiosíssima termos da história da arte, da história, da arqueologia. E porque é a espada do rei, símbolo máximo do poder militar“.
O túmulo, seriamente danificado pelo terramoto de 1755, foi o primeiro de um monarca português a receber autorização do próprio Papa para ser colocado dentro de uma igreja e não num espaço anexo, como era hábito.
D. Dinis de Portugal, O Lavrador de cognome, nasceu em Lisboa, a 9 de outubro de 1261. Foi Rei de Portugal e do Algarve de 1279 até à sua morte, em Santarém, a 7 de janeiro de 1325. Era o filho mais velho do rei Afonso III e sua segunda esposa Beatriz de Castela.
O Rei Lavrador foi grande amante das artes e letras e trovador talentoso. Terá sido o primeiro monarca português verdadeiramente alfabetizado, tendo assinado sempre com o nome completo.
Estava desaparecida ou estava enterrada? Decidam-se
Cara leitora.
Estava as duas coisas.
Estava desaparecida, e quando apareceu, estava enterrada.
Que noticia fantastica. A nossa História que alguns teimam em apagar a revelar-se.. Viva D. Dinis, o Rei Lavrador .e Parabéns á equipa de arqueólogos, que emoção devem ter vivido.. .