Um aclamado egiptólogo diz que pode ter descoberto a localização da múmia da antiga rainha Nefertiti, mãe de Tutankhamon.
Nefertiti foi uma rainha da XVIII dinastia do antigo Egito, principal esposa do faraó Amenófis IV, mais conhecido como Aquenáton. A rainha Nefertiti viveu entre 1370 e 1330 a.C. e era a mãe de Tutankhamon, ou rei Tut.
A rainha egípcia ficou famosa após a descoberta do seu busto, um dos objetos mais copiados da arte do antigo Egito. No entanto, o seu túmulo nunca foi encontrado — ou, pelo menos, não oficialmente.
Zahi Hawass, um aclamado egiptólogo e ex-ministro de Estado para Assuntos de Antiguidades no Egito, disse que pode ter descoberto a múmia de Nefertiti.
“Tenho certeza de que revelarei a múmia de Nefertiti dentro de um ou dois meses”, disse Hawass em declarações ao El Independiente.
O especialista tem vindo a escavar túmulos antigos no Egito há décadas. Durante a sua escavação mais recente, iniciada em dezembro de 2021, Hawass identificou duas múmias sem nome que poderão ser a rainha Nefertiti.
“Já temos ADN das múmias da 18.ª dinastia, de Akhenaton a Amenhotep II ou III e há duas múmias sem nome rotuladas KV21a e b”, explicou Hawass ao El Independiente.
“Em outubro poderemos anunciar a descoberta da múmia de Ankhesenamun, esposa de Tutankhamon, e a sua mãe, Nefertiti. Há também no túmulo KV35 a múmia de um menino de 10 anos. Se essa criança for irmão de Tutankhamon e filho de Akhenaton, o problema colocado por Nefertiti será resolvido”.
Hawass acrescentou: “Tenho a certeza de que revelarei qual das duas múmias sem nome poderá ser Nefertiti”.
Alguns historiadores acreditam que Nefertiti já foi encontrada e atualmente encontra-se no Museu Egípcio do Cairo. O arqueólogo francês Victor Loret descobriu a múmia ‘The Younger Lady‘ num túmulo no Vale dos Reis em 1898, mas só em 2003 é que a arqueóloga Joann Fletcher sugeriu que esta poderia ser Nefertiti.
A teoria de Fletcher não é universalmente aceite e alguns especialistas até afirmam que a múmia é, na verdade, do sexo masculino.
Em 2015, o egiptólogo britânico Nicholas Reeves sugeriu que Nefertiti foi enterrada numa câmara secreta no túmulo de Tutankhamon. O perito afirmou que as análises de uma das paredes sugeriam um vazio atrás dela, onde a rainha permaneceria sepultada.
Nefertiti acompanhou o seu marido lado a lado no seu reinado, mas eventualmente desapareceu e nunca mais foi mencionada em qualquer obra comemorativa ou inscrição. Inicialmente, este desaparecimento foi interpretado como uma queda da rainha, que teria deixado de ser a principal amada do faraó, que teria preferido Kiya.
Hoje em dia considera-se que o mais provável foi o contrário: Kiya provavelmente foi afastada por uma Nefertiti ciumenta.
Alguns historiadores acreditam ainda que Nefertiti reinou durante alguns anos com um nome diferente, já depois da morte do seu marido e antes da sucessão de Tutankhamon. Este tema tem gerado debate entre a comunidade científica, que duvida desta hipótese.
Hawass é um dos especialistas que acredita nesta teoria: “Eu acredito realmente que Nefertiti governou o Egito por três anos após a morte de Akhenaton, sob o nome de Smenkhkare”.
Causas da morte de Tut
De acordo com El Independiente, Hawass também está determinado a descobrir como é que o rei Tut morreu.
O jovem faraó governou durante apenas dez anos antes de morrer aos 19 anos. Segundo o canal História, análises dos seus restos mortais revelaram que o antigo rei sofria de malária, uma perna fraturada e deformidades congénitas, que podem ter sido um subproduto de incesto.
Contudo, as causas da morte de Tutankhamon são até agora desconhecidas. Hawass está confiante de que pode oferecer uma resposta a este mistério.
“Estamos em condições de fornecer novas informações sobre a sua morte”, disse ao El Independiente. “Até agora sabíamos que ele sofreu um acidente na perna esquerda, mas não sabíamos se esse foi o motivo da sua morte ou se ele foi assassinado.
Novas análises permitiram a o egiptólogo identificar que o faraó tinha uma infeção. “Se for confirmado, anunciarei antes de novembro que ele morreu na decorrência de um acidente”, atirou Hawass.
Por fim, Hawass tem ainda uma teoria para a possível localização do túmulo de Cleópatra. O perito acredita que este esteja algures sob o Mediterrâneo, perto de Alexandria, onde morreu por suicídio.
“Cleópatra construiu o seu túmulo fora do palácio. E se ela construísse, ela não seria enterrada lá? Porque é que ela não o haveria de usar?”, questionou.