Cresce a oposição interna ao “ditadorzinho” André Ventura — e sonha-se com Nuno Afonso

9

Ricardo Nascimento / Lusa

O líder do Chega, André Ventura.

A oposição interna a André Ventura tem aumentado de vento em popa. Nuno Afonso é o sucessor desejado por vários opositores ao líder do Chega.

As divisões internas no Chega ficaram a nu após André Ventura ter afastado o deputado Gabriel Mithá Ribeiro da coordenação do gabinete de estudos do Chega.

Este episódio está longe de ser caso único no partido, com muitos dos eleitos nas eleições autárquicas de setembro a passarem a independentes ou a desistirem de exercer funções mesmo antes da tomada de posse. O Chega elegeu 397 autarcas nas últimas eleições autárquicas de setembro, mas pode já ter perdido quase 50.

Na semana passada, a Comissão de Ética do Chega aprovou também a “suspensão provisória” do antigo vice-presidente do partido, José Dias. O presidente do Sindicato do Pessoal Técnico da PSP criticou André Ventura numa publicação no Facebook poucos dias antes.

Além disso, em maio, Ventura exonerou o então chefe de gabinete do Chega, Nuno Afonso. A decisão foi motivada pelo facto de querer “meter os interesses do país à frente do partido”.

A tensão entre ambos começou quando Nuno Afonso deixou a vice-presidência do partido para ser vogal da direção. Mais tarde, ficou fora das listas para as eleições legislativas, um ato que considerou ser uma “subversão” da meritrocacia interna.

O afastamento de Nuno Afonso gerou uma onda de oposição interna, que tem ganho força através do WhatsApp e de grupos do Facebook, que começam a traçar um “novo rumo” para o partido. Para os opositores, o rosto desse novo trilho é, precisamente, Nuno Afonso, avança o Observador.

“Estou com Nuno Afonso, quero que tome o poder dentro do Chega. É um homem muito mais racional e mais moderado”, disse o antigo vice-presidente do partido, José Dias, ao jornal online, chegando mesmo a dizer que Ventura é um “ditadorzinho”.

Nuno Afonso admite a existência de apoio interno, mas realça a dificuldade de mudança no partido face aos estatutos que foram reforçados para dar mais poder a André Ventura.

“É praticamente impossível fazer alguma coisa com os regulamentos que o partido tem atualmente, fechados ao ponto de inviabilizar qualquer candidatura contra o atual presidente”, disse o possível opositor de Ventura, que ainda não se posicionou oficialmente relativamente às suas intenções de se candidatar à liderança do partido.

“É difícil fazer política contra quem expulsa e contra quem tem muito dinheiro para contratar algumas dessas pessoas que aceitam calar-se em troco de um cargo”, disse o antigo número dois do Chega.

As redes sociais têm sido um terreno fértil para militantes suspenso e expulsos juntarem-se e preparem um plano de ação. O Observador sabe que, em setembro, estes opositores vão reunir-se precisamente para esse efeito.

Daniel Costa, ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

9 Comments

  1. É sabido que o Chega está super escrutinado pelos média do regime e partidos da oposição, qualquer desentendimento servirá para a tentativa de o desestabilizar e aniquilar o seu líder que consegue bem ou mal ser o único que mexe com o bafiento sistema político Português. Não sendo um homem perfeito e dada a ainda imaturidade do partido nas lides políticas, estes desaguisados são bons para o crescimento do partido e para que o seu líder volte a ter os pés no chão. No entanto a verdade é só uma sem o ventura o Chega vai abaixo tal como o PSD foi abaixo sem o cavaco, o CDS com Portas, O PS com o Soares e assim que sair o Costa.

  2. O patético é que nem assim, quem apoia o CHEGA, acorda.

    As massas, descontentes, pouco esclarecidas e com pouca ou nenhuma agilidade mental, sempre foram permeáveis a este tipo de fenómeno.

  3. .Espiões…pagos a soldo da direita VENDIDA , aos mesmo do costume. Isto para tirar definitivamente André do objetivo IV Républica.Mas nâo vâo conseguir porque sem Ventura nâo há CHEGA.

  4. Realmente só sabem criticar, mas apoiar esta quieto, o Dr. André Ventura é o único que diz verdades ali no parlamento e defende os portugueses é o único que os tem no sítio, se existe revolta interna no partido é porque queria um tachinho ali dentro, já chega disso deixem o homem em paz e deixem o homem fazer o seu trabalho, o jornalismo neste país está comutado com o PS e PSD, deixem-se de tretas, e conclusões parvas, na história deste país só foi o PS e PSD para o parlamento não dando a chance a outros partidos políticos é por isso que o país está como está, do que vale a pena aumentar os ordenados, se aumentam em seguida os impostos a inflação e tudo o mais, quem aqui faz oposição não iria fazer nada de novo, iam fazer o mesmo, e dei o meu voto nulo mas vendo agora me arrependi se calhar muitos como eu fizeram o mesmo, mas nas próximas eleições eu acredito que o partido chega liderado por o Sr, Dr Aventura será uma surpresa para o país, o Chega vai para cima deles como uma flecha, isto de uns querer ir para o poleiro tem que acabar, deviam era ser todos unidos e ajudar o país a ser o que ele precisa. Os meus melhores cumprimentos para todos.

  5. A necessidade da esquerda de tentar criar conflitos e fomentar a discórdia, já faz parte da sua génese. As pessoas bem formadas e com verdadeiro conhecimento do que tem sido a nossa democracia pós 25 Abril sabem bem destinguir o embuste da esquerda e então do PS nem se fala só gatunos.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.