A seca severa que Portugal atravessa está a afectar a produção agrícola em Portugal, nomeadamente em produtos como cebola, azeitona, pêra rocha e amêndoa. As quebras podem chegar aos 50% e isso vai ter consequências nos preços.
Na região do Tâmega e Sousa, a produção de cebola regista uma quebra de 50% face a 2021 devido ao muito calor que se tem sentido. Isto está a ter reflexos nos preços de venda ao consumidor, com a cebola vermelha, a mais apreciada localmente, a atingir o dobro do valor do ano passado, com dois euros por quilo.
Estes dados são avançados à agência Lusa pelo responsável da Confraria do Presunto e da Cebola, Joaquim Ferreira. “Nunca se atingiu um preço destes”, aponta.
Também a qualidade geral da cebola deste ano diminuiu, como se comprova no calibre mais pequeno deste vegetal.
Apesar disso, José Ferreira promete que não faltarão cebolas brancas e vermelhas de boa qualidade, embora mais caras, sobretudo dos produtores que lidaram melhor com as temperaturas elevadas e a pouca humidade dos solos.
Pêra rocha com quebras de 50%
Também a produção de pêra rocha deste ano deverá ter uma quebra de 50% devido à seca e às elevadas temperaturas registadas em Julho, estima a associação do sector.
“Já tínhamos previsto uma quebra de aproximadamente 30% em relação à campanha anterior, o que já não era muito benéfico, mas aceitável em ano de contrassafra, mas a quebra vai aumentar e nós estimamos que ande a rondar os 50% em relação ao ano anterior devido às condições climatéricas“, refere à Lusa o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Pera Rocha (ANP), Domingos dos Santos.
A seca extrema e as altas temperaturas fizeram com que não haja disponibilidade de água no solo e nas poucas reservas de água existentes na região Oeste para regar, o que se reflecte na produção da pêra rocha.
“Temos pêras com teores de açúcar elevadíssimos, ou seja, com grande qualidade organoléptica, mas, mais pequenas, pesam menos, o que é uma quebra”, explica Domingos dos Santos.
A ANP estima que vá haver prejuízos no sector no final do ano. “O mercado vai ter de compensar uma parte desta quebra de produção” aumentando nos preços da venda da fruta aos consumidores, “mas nunca vai compensar na totalidade e vai ser sempre dramático para os produtores tendo em conta o aumento de custos de produção que temos tido nos últimos meses”, destaca o líder da ANP.
Na campanha de 2021/2022, a produção de pêra rocha situou-se nas 220 mil toneladas, das quais 60 a 70% foram exportadas.
Menos amêndoa na região transmontana
Na região transmontana, há registo da antecipação da apanha da amêndoa em duas semanas e quebras que podem rondar os 40% a 50% da produção, devido à seca, segundo avança a Cooperativa dos Agricultores Centro e Norte (CACN).
“A antecipação de duas semanas na apanha da amêndoa deve-se à sua maturação” e, portanto, já “há condições para a sua apanha”, esclarece à Lusa o presidente da CACN, Armando Pacheco.
“Temos muitos cooperantes que têm os seus amendoais em sequeiro e, devido à seca, começaram a apanhar e vai haver quebras significativas que rondam os 40 a 50%”, refere ainda este responsável.
A cooperativa com sede em Mogadouro, no distrito de Bragança, que se dedica à comercialização de frutos de casca rija, tem mais de 450 cooperantes e, em ano normal de produção, podem ser recolhidos mais de um milhão de quilos de amêndoa, provenientes de vários concelhos da região Norte e Centro.
As perdas de produção, de acordo com Armando Pacheco, devem-se não só à seca, mas também às geadas que se fizeram sentir no tempo de Primavera, quando as amendoeiras estavam em flor.
Armando Pacheco refere ainda que as quebras se podem sentir nos próximos anos, porque as plantas precisam de água e têm de ter reservas para poderem acompanhar o seu ciclo de maturação.
Apesar das quebras anunciadas, a Cooperativa espera não as sentir devido à entrada de novos produtores de amêndoa para esta organização.
Contudo, Armando Pacheco, alerta que os produtores devem acautelar o futuro e tentar explorar os recursos hídricos o melhor possível para terem reservas para tempos de seca.
Produção de azeite com “impactos dramáticos”
Também a produção de azeite vai sofrer “impactos dramáticos” depois dos incêndios florestais na região da Guarda.
Esses impactos “vão ser dramáticos na produção de azeite deste ano e nos próximos cinco/seis anos, porque houve muita área de olival que foi devastada pelos incêndios”, refere à Lusa a presidente da Associação Distrital dos Agricultores da Guarda (ADAG), Sandrina Monteiro.
Segundo Sandrina Monteiro, os incêndios também destruíram oliveiras centenárias “que desapareceram completamente”.
“Vamos ter impactos ao nível de produção e outros impactos que são incalculáveis“, diz a responsável, vaticinando que a produção de azeite “vai ser muito afectada” na região.
O concelho da Guarda regista a situação mais preocupante, pois “foi onde ardeu a maior área”.
Algumas freguesias “foram quase devastadas na totalidade das suas produções“, como Gonçalo e Famalicão da Serra. As chamas também atingiram outras, no vale do Mondego, que são “por excelência” produtoras de azeite.
Produtores pecuários “não conseguem alimentar animais”
Para além do sector do azeite, os incêndios também afetaram a apicultura, a pecuária, alguns pomares e vinhas (sobretudo nos territórios de fronteira entre os concelhos de Guarda e da Covilhã, já no distrito de Castelo Branco).
“Já havia grandes problemas a nível de pastagens por causa da seca, [no âmbito] do desenvolvimento vegetativo, e o incêndio [que atingiu a serra da Estrela e cinco concelhos] veio ainda piorar esta situação. Os produtores pecuários estão a atravessar grandes dificuldades“, nota a presidente da ADAG.
Sandrina Monteiro alerta que “os tempos vão ser muito difíceis e muito complicados”, porque os produtores pecuários “não conseguem alimentar os animais”.
Devido à seca, que é transversal a todo o distrito da Guarda, alguns produtores também registam dificuldades na obtenção de água para os animais beberem.
“Se não houver ajudas para repor as áreas que foram afectadas pelos incêndios, ajudas para novas captações de água e ajudas diretas para fazer face a estes primeiros tempos que são mais complicados, vai haver uma grande diminuição de área que vai ser cultivada, porque os produtores não conseguem ter fundos monetários para reconstruir aquilo que foi devastado pelo incêndio”, alerta Sandrina Monteiro.
A ADAG ajudou os agricultores associados na apresentação de candidaturas para alimentação animal e está a auxiliá-los na apresentação de declarações de prejuízos dos incêndios junto da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAP-Centro).
A associação tem sede na cidade da Guarda e cerca de 1.300 associados em todo o distrito, com maior incidência nos concelhos de Gouveia, Guarda e Pinhel.
ZAP // Lusa
O Problema está na existência e possibilidades do governo dar subsídios, se não existir subsídios todos os artigos baixam de preços para terem vendas, o Problema estava nos preços dos combustíveis, baixaram os preços, o Governo eliminou impostos, deu e dá subsídios e os preços nunca baixaram nem baixam enquanto a teta dos subsídios existir, com a conivência da comunicação social que apoia todos estes grupos económicos fazendo pressão permanente nos seus programas e telejornais, só devia ser permitido o subsidio direto ao contribuinte cujo rendimento justificável seja inferior a 1500€ mensais depositado diretamente na conta do contribuinte, e eliminar todas as comissões e associações com dinheiro do estado.
Faça um favor a si próprio e abstenha-se de comentar assuntos relativamente aos quais não percebe nada de nada.
Não gostou, há muita gente como você, a viver á custa dos impostos dos que trabalham, mas se os Portugueses querem baixar os Preços no mercado, tem de forçar os governos a eliminar todos os subsídios. e essa medida até fará baixar os impostos dos contribuintes, que alimentam muito malandro e muitas trafulhices, será uma tarefa muito difícil, com muitas barreiras dos Partidos políticos do PS, muitas barreiras principalmente do PSD IL e Chega.
Mais palermices…
É de facto triste ver alguém publicamente fazer uma figura tão ridícula. Olhe, estude um pouco economia e perceberá os motivos da existência dos subsídios na agricultura. E tenha pena de si. Não se obrigue a fazer estas figuras.
O problema é que se houvesse muita produção deitavam-nas aos porcos ou enterravam-na para não baixarem os preços. Quando a produção é menor sobem-nos. Vira o disco e toca a mesma. Quando o mar bate na rocha…
Os Portugueses não comem os Produtos de Portugal, que são a preços enormíssimos, temos de nos contentar com os artigos vindos de fora, os nossos artigos apesar de pagarmos subsídios bem caros, não estão ao alcance das nossas bolsas.
É simples. Vá cultivar pêras, maçãs e por aí fora e resolva o problema do país.
Tanto disparate!…
… Correção…. Portugal e espanha sao grandes consumidores de cebolas e alhos chineses…. Ate porque a china é top na produção destes dois alimentos…. Normalmente a compra era feita por Espanha, embalada em Espanha se a passar a fronteira como produto espanhol…… Por isso podem aumentar o preço que o consumo vai ser menor, e vai haver mais alimentos podres para dar aos animais…
Desde o Covid que vale tudo.
Seca sempre houve e bem maiores do que esta.
Tudo serve para os grandes empresários lucrarem cada vez mais. À conta do medo que metem nas pessoas desde o Covid, à guerra, ao ambiente… Acordem portugueses !
Pois, só falaram na seca e nos incêndios! e o custo do gás? e depois, o gasóleo que serve para transportar os alimentos para os Hipermercados, 11 cêntimos de aumento/litro, 10litros é igual a 1,10€, mas a gasolina faz menos falta do que o gasóleo, aumentou 5 cêntimos, por quê? não devia ser ao contrário?? São as contas mal feitas, é que atrapalham tudo!!
O Costa é que sabe! Entretanto já sacou mais 2 mil milhões em impostos aos tugas. O povo tem o que merece.