Preço da eletricidade duplicou em seis dias. Gás da EDP Comercial sobe em média 30 euros em outubro

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O preço registado esta quarta-feira subiu 19,4% em relação ao valor de terça-feira, chegando aos 436,25 euros por MWh. Mesmo com esta subida, caso o mecanismo ibérico não estivesse em vigor, o preço chegaria aos 502,11 euros por MWh.

A escalada de preços da eletricidade no mercado ibérico não dá sinais de abrandar. Os valores voltaram a subir esta quarta-feira para 436,25 euros por megawatt-hora (MWh).

Apesar do mecanismo ibérico de controlo de preços, os valores mais do que duplicaram nos últimos seis dias. De acordo com o Jornal de Negócios, o preço médio subiu 108,8% em relação aos 208,96 euros por MWh registados a 18 de agosto. Esta quarta-feira, o valor aumentou 19,4% em relação a terça-feira.

Nos últimos dois dias registaram-se os preços mais altos desde a entrada em vigor do mecanismo ibérico a 15 de junho, que impõe um preço máximo de 40 euros por MWh no gás usado para a produção de eletricidade.

O acordo para o travão à subida dos preços também prevê que as produtoras de energia sejam compensadas pela diferença entre o preço máximo definido e os custos do gás no mercado grossista. O custo da compensação será distribuído pelos consumidores com contratos renovados após 26 de abril.

O valor de ajuste também bateu um novo recorde esta quarta-feira desde a entrada em vigor do acordo ibérico. Dos 436,25 euros de preço médio final, 57,1% dizem respeito a este ajuste, o que se traduz em 249,30 euros.

Apesar desta escalada nos preços, os valores seriam ainda mais altos sem o mecanismo ibérico. Segundo os dados da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), sem o acordo os consumidores pagariam esta quarta-feira um preço médio de 502,11 euros por MWh. Desta forma, o travão ibérico assegura uma poupança de 65,86 euros.

Fatura do gás da EDP Comercial subirá 30 euros

A EDP Comercial vai aumentar o preço do gás às famílias em média 30 euros mensais, mais taxas e impostos, a partir de outubro, devido à escalada de preços nos mercados internacionais e após um ano sem atualizações.

Em declarações à agência Lusa, a presidente executiva da EDP Comercial, Vera Pinto Pereira, anunciou a decisão de aumentar o preço do gás “em média, 30 euros na fatura dos clientes” residenciais, os quais são acrescidos de “cinco a sete euros de taxas e impostos”.

Para os cerca de 433.300 (dois terços) dos 650.000 clientes residenciais, que representam os consumos mais baixos, a subida do preço do gás terá um impacto médio de 18 euros mensais, antes de taxas e impostos, ou seja, o aumento rondará os 22 euros.

A EDP Comercial justificou a decisão com a escalada de preços do gás nos mercados internacionais, nos últimos meses, uma situação que foi agravada pela guerra na Ucrânia e as restrições ao abastecimento de gás russo, o que fez também aumentar o preço em outros mercados, como, por exemplo, no gás proveniente da Argélia.

“Isto é algo que foi crescendo ao longo dos últimos meses, não obstante a EDP manteve as condições de preço para clientes finais residenciais”, apontou Vera Pinto Pereira.

Contudo, prosseguiu, “12 meses depois e perante este cenário no mercado internacional, no contexto internacional onde compramos o gás que fornecemos às famílias portuguesas, esta atualização de preços tornou-se inevitável”.

“O preço de gás fixado há 12 meses, sem nenhuma alteração ao longo de um ano, foi muito importante, até face a outras ofertas de mercado, porque permitiu ter alguma poupança, mas, um ano depois, tendo em conta o novo contexto – nós não produzimos gás, nós temos de o comprar em mercado – temos que fazer repercutir isto [a subida nos mercados grossistas]”, vincou a presidente executiva.

Os novos preços entram em vigor no dia 01 de outubro e, ao contrário do que é habitual, vão estar em vigor durante três meses, e não durante um ano.

“Excecionalmente, nesta altura, vamos fazer uma alteração e o objetivo é podermos acompanhar, assim que possível, uma correção desta tendência de mercado”, explicou a responsável, sublinhando que o preço poderá ser revisto ao fim dos três meses, em alta, ou em baixa.

Vera Pinto Pereira realçou que a empresa está a desenvolver “todos os esforços para que o ajuste seja para baixo”, garantindo a estabilidade de abastecimento de gás aos clientes e continuando a trabalhar no aprovisionamento, para conseguir condições mais vantajosas nos mercados onde compram a matéria-prima.

Questionada sobre se espera compreensão por parte dos clientes, Vera Pinto Pereira destacou a importância de “dar a melhor informação possível de contexto”, nas cartas enviadas aos clientes, “para que possam compreender aquilo que está a acontecer e possam compreender que a EDP não ganha nada com esta situação”.

“A nossa máxima preocupação é o cliente final e são as famílias portuguesas e, portanto, iremos tentar reverter isto assim que possível”, sublinhou a presidente executiva.

A responsável rejeitou também receio de perder clientes para a concorrência. “O mercado é livre e, portanto, acho que faz parte”, afirmou. A empresa deu ainda conta da possibilidade de clientes com dificuldades em pagar as suas faturas pedirem planos de pagamento, para fazer o pagamento faseado.

Desde a última atualização feita pela EDP Comercial, para o ano-gás que vigora até 30 de setembro, que teve impactos entre seis e 19 cêntimos nas faturas das famílias, o preço daquela matéria-prima nos mercados grossistas aumentou 1.000%, ou seja, multiplicou por 10.

ZAP //

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8 Comments

  1. Sem stress … Faz tudo parte do plano! Não se atrapalhem! Deixem a rã ficar bem quentinha na água em ebulição.

    E que tal mandar mais umas G3 para os russos? Isso é que era de génio! Promover a paz é para eunucos!

    • E já agora… não é por causa disso que a energia está a aumentar.
      Já vem a aumentar há um bom bocado.. a pandemia e a GUERRA só fizeram adiantar o estouro 1 anito.. nada mais.

      • Yeah… Bota a imprimir notas como se não houvesse “amanhã”.

        Podem imprimir todas as notas do mundo. Desafio os a imprimirem uma bifana no prato.

        Manda quem tem os produtos e não quem tem o papel.

        Invistam! Ouro, prata, chumbo e meios de propulsão para o mesmo.

  2. E agora os idiólogos(tas) deste (des)governo que se insurgiram contra o aviso da pessoa que, talvez, mais sabe em Portugal sobre energia fez na TV, o que é que vão dizer? Este, ao menos, teve a coragem de fazer os avisos à população que os Xuxalista do (des)governo deveriam fazer para nos prepararmos para o que aí vem. Mas não, não têm coragem para tal, já que isso é “fatalista” e não dá votos.
    Queres ver que o idiota do João Galamba vai aprovar também as facturas da EDP? Bom, lá tempo deve ter, já que não dá uma para a caixa….
    Cambada de idiotas que nunca trabalharam a sério na vida, vivem à custa dos nossos impostos e só pensam no seu umbigo (votos, tachos, etc.)

  3. À boa maneira “Europeia”, ninguém pergunta o que pensa o povo ou o que quer. Não somos vistos nem achados em decisões que conduzirão ao nosso anacronismo.

    Quando as pessoas forem confrontadas com os seus filhos a passar frio e fome no inverno, então aí é que estes “grandes” políticos com sonhos megalómanos poderão ser forçados a mudar o seu ponto de vista rapidamente …

    O que eu acho absolutamente incrível é que isto seja lugar comum em toda a Europa, com as raras excepções de alguns regimes autocráticos que parecem entender de que lado fica o pão com manteiga e de que lado fica o chicote. Ninguém se preocupa com os problemas das pessoas. Só se preocupam com duas coisas:

    1 – Evitar que os malandros dos russos vençam a guerra e fazer com que recuem com o rabo entre as pernas.
    2 – Esperar que as renováveis sejam a salvação das nossas economias.

    Um alerta maçador: Esqueçam as duas porque não estão a, nem vão, acontecer.

    Enquanto a Europa parece determinada em cometer suicídio, a China, Índia e outras nações da Eurásia, América do Sul e África recebem gás e petróleo russos a preços de “amigo”.

  4. E novidades?

    À boa maneira “Europeia”, ninguém pergunta o que pensa o povo ou o que quer. Não somos vistos nem achados em decisões que conduzirão ao nosso anacronismo.

    Quando as pessoas forem confrontadas com os seus filhos a passar frio e fome no inverno, então aí é que estes “grandes” políticos com sonhos megalómanos poderão ser forçados a mudar o seu ponto de vista rapidamente …

    O que eu acho absolutamente incrível é que isto seja lugar comum em toda a Europa, com as raras excepções de alguns regimes autocráticos que parecem entender de que lado fica o pão com manteiga e de que lado fica o chicote. Ninguém se preocupa com os problemas das pessoas. Só se preocupam com duas coisas:

    1 – Evitar que os malandros dos russos vençam a guerra e fazer com que recuem com o rabo entre as pernas.
    2 – Esperar que as renováveis sejam a salvação das nossas economias.

    Um alerta maçador: Esqueçam as duas porque não estão a, nem vão, acontecer.

    Enquanto a Europa parece determinada em cometer suicídio, a China, Índia e outras nações da Eurásia, América do Sul e África recebem gás e petróleo russos a preços de “amigo”.

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