Alvito e Barrancos, no Alentejo, ainda não têm qualquer valor investido do PRR, apesar de já terem projetos aprovados.
As verbas do muito antecipado Plano de Recuperação e Resiliência já começaram a chegar aos municípios portugueses, com os dados do Portal Mais Transparência a mostrarem que Lisboa é o município português que mais verbas está a conseguir investir — referentes à data de 22 de agosto de 2022.
De acordo com os dados citados pelo Expresso, já foram gastos na capital portuguesa 113,8 milhões de euros, um valor que corresponde às despesas elegíveis e validadas, que são necessárias para a execução satisfatório do projeto. Trata-se do dobro do valor gasto no Porto, que surge em segundo lugar no ranking de investimento municipal (54,3 milhões de euros).
Este valor também supera o registado nos restantes municípios do país. Por exemplo, a Área Metropolitana de Lisboa recebe 142 milhões de euros, superando as regiões Norte (92 milhões), Centro (39 milhões), Alentejo (29 milhões) e Algarve (3,9 milhões). No que respeita às regiões autónomas, os Açores registaram gastos de 320 mil euros e a Madeira de 686 mil euros.
Ainda assim, ressalva a mesma fonte, o grosso dos investimentos do PRR não pode ser municipalizado, já que está a ser aplicado em projetos transversais ao território do país. O valor gasto no âmbito do PRR não excede os 100 mil euros em mais de um terço dos concelhos do país. Há casos, como Alvito e Barrancos, onde este é de zero euros — apesar de ambos já terem aprovados no PRR.
Ainda respeitante ao investimento passível de ser municipalizado, após Lisboa e Porto seguem-se Portalegre (19,8 milhões de euros), Coimbra (11,6 milhões), Seixal (6,8 milhões), Oeiras (3,9 milhões), Cascais (3,8 milhões), Braga (3,4 milhões) e Paredes (3,1 milhões). Paralelamente, há outros sete concelhos que já apresentaram gastos superiores a dois milhões de euros: Matosinhos, Leiria, Sintra, Viseu, Santa Maria da Feira, Santarém e Barcelos.
O atual envelope do PRR inclui 16.6 mil milhões de euros, entre subvenções e empréstimos, para o país investir até 2026.
Macrocefalia urbana.