Joaquim Santos deixou a liderança da autarquia para se dedicar à engenharia civil. Mas CDU poderia já estar a preparar esta substituição desde 2021.
Nas últimas eleições autárquicas, em Setembro do ano passado, a CDU voltou a vencer na Câmara Municipal do Seixal.
Joaquim Santos foi eleito presidente pela terceira vez consecutiva. E assegurou que iria ficar no cargo até 2025.
No entanto, nesta quarta-feira, o autarca anunciou a sua saída imediata. Renunciou ao mandato para se dedicar à engenharia civil, a sua profissão fora da política.
“É uma falta de respeito com a autarquia e com a democracia”, criticou Bruno Vasconcelos, vereador do PSD, em declarações à rádio Observador.
Bruno não gostou de outra postura de Joaquim Santos: na quarta-feira de tarde, durante a reunião na Câmara do Seixal, negou duas vezes que iria sair; no mesmo dia, à noite, anunciou publicamente que vai sair.
O seu sucessor vai ser o actual vice-presidente Paulo Silva, anunciou o PCP e o próprio Joaquim Santos.
Apesar da justificação oficial (dedicar-se à carreira de engenheiro civil), o PSD tem a certeza de que esta substituição “já estava pensada antes das autárquicas”, pela CDU. “Até tem sido o vice-presidente a falar em eventos públicos”.
O PSD-Seixal também reagiu em comunicado e falou em “truques” do PCP, deixando no ar a possibilidade de ter sido o partido a forçar a saída do ainda presidente da Câmara do Seixal.
“O que não se sabe, ainda, é se a renúncia é voluntária e por vontade do próprio, ou se forçada pelo PCP. Certo é que este processo se tornou numa autêntica “novela” repleta de truques, expedientes, anúncios e desmentidos, que visaram e visam, unicamente e de forma deliberada, enganar os munícipes e os autarcas”, escreve o partido social-democrata.
PSD e PS deverão juntar-se em breve contra esta decisão. Nas eleições o PCP e o PEV conseguiram cinco mandatos, num total de 11. Ou seja, não conseguiram maioria absoluta: 5 vereadores da CDU, 4 do PS; 1 do PSD e 1 do Chega.
A intenção do único vereador social-democrata é juntar-se à restante oposição para realizar uma demissão em bloco e, assim, antecipar eleições. “Estamos completamente disponíveis para isso e acredito que o próprio PS também alinharia”.
Para serem realizadas eleições antecipadas, todos os seis vereadores da oposição têm de apresentar demissão.
No entanto, para esse cenário se concretizar, falta um elemento: Henrique Freire, que foi eleito pelo Chega mas entretanto passou a ser vereador independente. Henrique Freire, que viabilizou o orçamento municipal apresentado pelo executivo actual, ainda não abordou esta possibilidade.
Não acredito PCP não faz essas manobras