Há vários registos que indicam que o famoso conto dos irmãos Grimm foi inspirado por uma história real — e 130 crianças terão sido roubadas pelo flautista.
É um dos contos mais famosos dos irmãos Grimm. O ano era 1284 e a cidade alemã de Hamelin estava a sofrer com uma infestação de ratos.
Foi nessa altura que apareceu um herói desconhecido, um flautista que dizia ser um “caçador de ratos” e que prometeu aos habitantes livrar-lhes da praga em troca de uma moeda por cada animal que conseguisse afugentar.
O flautista cumpriu a sua parte, tendo hipnotizado os ratos com a sua flauta e levando-os até um rio, onde estes se afogaram. Mas os aldeões não cumpriram a sua parte do acordo e recusaram pagar-lhe pelo serviço — e, como vingança, o flautista voltou à vila semanas mais tarde para hipnotizar e roubar todas as crianças da cidade.
E esta história não é só mais uma “história”. Na verdade, este conto sinistro tem um pingo de verdade e foi inspirado por um evento verdadeiro que teve lugar há mais de 700 anos, escreve o Ancient Origins.
O registo mais antigo da história vem da própria vila de Hamelin, onde uma janela de vitrais na igreja retratava o sucedido, datada de 1300. A igreja foi destruída em 1660, mas muitos relatos escritos das imagens na janela sobreviveram.
O mais antigo é um manuscrito de Lueneburg, onde se lê: “No ano de 1284, no dia dos Santos João e Paulo a 26 de Junho, por um flautista, vestido com muitas cores, 130 crianças nascidas em Hamelin foram seduzidas e perdidas no lugar de execução, perto do Köppen”.
Um outro registo da cidade datado de 1384 também é de arrepiar, escrevendo que “já passaram 100 anos desde que as nossas crianças partiram”.
A rua onde as crianças terão sido vistas pela última vez ainda se chama Bungelosenstrasse — rua sem tambores — já que ninguém tinha autorização para tocar música ou dançar num local que ficou manchado pela tragédia.