Estudo realizado desde 1944 chegou a mostrar uma percentagem próxima dos 100% de crentes. Agora baixou para o 81%, o valor mais baixo de sempre.
A empresa Gallup actualizou o seu inquérito sobre a crença em Deus por parte da população residente norte-americana.
Este inquérito foi realizado em Maio e interrogou mais de 1.000 pessoas que moram nos EUA.
Foi o primeiro estudo deste género realizado nos últimos cinco anos. E o número desceu desde 2017: há cinco anos 87% dos inquiridos disseram que acreditam em Deus, agora foram 81% a responder afirmativamente à mesma pergunta.
A Gallup realiza este estudo desde 1944. A primeira amostra trouxe uma percentagem de 96% de crentes, subindo para 98% entre 1953 e 1967.
Depois houve uma pausa prolongada. O inquérito só regressou em 2011 e aí desceu para 92% de pessoas que acreditam em Deus. Foi a última vez que a percentagem foi superior a 90%.
Quatro estudos foram realizados entre 2013 e 2017, sempre com valores entre 86% e 89%.
Assim, a percentagem da pesquisa deste ano (81%) é a mais baixa de sempre. 17% das pessoas nos Estados Unidos da América responderam que não acreditam em Deus. Os restantes não têm certezas.
Os norte-americanos mais jovens e democratas acreditam menos em Deus do que o resto da população. É esse grupo que demonstra uma tendência de maior descrença, ao longo das últimas décadas.
Com estes números, ficam as perguntas da revista The Week: a América está a abandonar a religião? Ou está a abordar a religião de uma forma diferente?
É que a crença em Deus tem diminuído ao longo das últimas décadas. Mas é uma queda suave, tendo em conta a diminuição do número de pessoas “praticantes”, que vão às celebrações todas as semanas, ou quase. Aí sim, as quedas são de dois dígitos.
Ou seja, a “prática” da fé religiosa pode não ter descido tanto. As pessoas podem é ter adoptado novas rotinas, novas prioridades, deixando de lado o “ir à missa”.
E fica sempre a pergunta: o que é ser religioso “praticante”?