A poluição do ar pode aumentar o risco de desenvolver demência em idosos, segundo um relatório de um grupo de investigação do Governo britânico, no qual foram revistos os resultados de cerca de 70 estudos sobre a exposição às emissões e o seu efeito no cérebro ao longo do tempo.
De acordo com os resultados presentes no relatório do Committee on the Medical Effects of Air Pollutants, publicado na segunda-feira, a poluição atmosférica pode aumentar o risco de “declínio cognitivo” acelerado e o “desenvolvimento da demência” em pessoas idosas.
Os especialistas, citados esta quarta-feira pelo Guardian, acreditam que esse cenário se deve ao impacto dos poluentes que entram no sistema circulatório, afetando o fluxo sanguíneo para o cérebro.
“A evidência epidemiológica, revista de forma bastante consistente, relata associações entre a exposição crónica à poluição atmosférica, a redução da cognição global e a diminuição das capacidades viso-espaciais, bem como o declínio cognitivo e o aumento do risco de demência”, avançaram os autores.
“Os resultados são heterogéneos no que diz respeito a outros domínios cognitivos como a função executiva, a atenção, a memória, a linguagem e uma ligeira deficiência cognitiva”, continuaram, sublinhando que as conclusões mostram “consistentemente associações entre exposição à poluição atmosférica e a atrofia da matéria branca”.
Segundo estudos anteriores, a exposição à poluição atmosférica aumenta também o risco de doenças cardíacas, de acordo com a British Heart Foundation.