Polícia que matou George Floyd condenado a 21 anos de prisão

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Derek Chauvin, o agente da polícia que matou George Floyd.

Um juiz federal norte-americano condenou esta quinta-feira Derek Chauvin a 21 anos de prisão por violar os direitos civis de George Floyd, dizendo que o que o ex-polícia fez foi “simplesmente errado” e “ofensivo”.

O juiz distrital dos EUA, Paul Magnuson, criticou duramente Chauvin pelas suas ações a 25 de maio de 2020, quando George Floyd morreu, com 46 anos, depois do agente de polícia, o ter imobilizado no chão com um joelho no pescoço, apesar de Floyd ter repetidamente alertado que não conseguia respirar.

“Eu realmente não sei por que fez o que fez”, disse o juiz federal a Chauvin, acrescentando que “colocar o joelho no pescoço de uma pessoa até que deixe de respirar é simplesmente errado… A sua conduta é errada e é ofensiva.”

Magnuson, que presidiu ao julgamento federal e às condenações de três outros policias no local no início deste ano, declarou Chauvin culpado sozinho pelo que aconteceu.

Chauvin rejeitou as perguntas sobre se Floyd deveria ser virado de lado.

“Destruiu absolutamente a vida de três jovens oficiais ao assumir o comando da cena”, disse o juiz.

Mesmo assim, a sentença de Magnuson estava no limite inferior dos 20 a 25 anos exigidos num acordo de confissão em que irá cumprir a sentença federal ao mesmo tempo em que cumpre a sentença de 22 anos e meio de acusações estaduais de assassínio e homicídio.

Devido a diferenças na elegibilidade para liberdade condicional nos sistemas estadual e federal, Chauvin irá cumprir ligeiramente mais tempo atrás das grades do que teria na sentença estadual isolada.

O ex-policia também irá cumprir pena no sistema federal, onde pode estar mais seguro e pode ser mantido sob menos restrições do que no sistema estadual.

O advogado de Chauvin, Eric Nelson, pediu 20 anos de prisão, argumentando que Chauvin estava arrependido e deixaria isso claro para o tribunal.

O ex-procurador dos EUA Tom Heffelfinger considerou que um juiz poderia levar tal declaração em consideração durante a sentença.

“Esta é sua oportunidade de dizer: ‘Desculpe, eu não queria, não pensei, ou o que seja’”, disse Heffelfinger. “No tribunal federal, é muito vantajoso para o preso sentir remorsos e demonstrá-los, ainda mais do que numa sentença estadual.”

Contudo, Chauvin, em breves comentários, não fez nenhum pedido direto de desculpas ou expressão de remorsos à família de Floyd, dizendo apenas à família da vítima que deseja aos filhos de Floyd “tudo de melhor para as suas vidas” e que têm “excelente orientação para se tornarem bons adultos”.

Ao entrar com o seu pedido federal, Chauvin pela primeira vez admitiu que manteve o joelho no pescoço de Floyd, mesmo quando este lhe implorou e disse: “não consigo respirar”.

Chauvin aguardava as sentenças pelas acusações federais de violação dos direitos civis de Floyd, onde se declarou culpado, depois de ter sido condenado a 22 anos e meio de prisão por homicídio por um tribunal estadual no ano passado.

// Lusa

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