Queixas contra companhias aéreas disparam. TAP regista 44% das reclamações

Luís Forra / EPA

A TAP garante que está a cumprir a legislação, mas entre janeiro e junho de 2022 foi a companhia com mais reclamações.

O caos nos aeroportos, com inúmeros voos cancelados todos os dias, tem pautado a agenda pública desde o último fim de semana.

Como consequência do caos, as queixas associadas às companhias aéreas dispararam 20% no primeiro semestre deste ano, face ao ano passado, com o número de reclamações no Portal da Queixa a subir de 754 para 905.

Os dados fornecidos ao Dinheiro Vivo mostram que entre janeiro e junho de 2022, a TAP foi a companhia que liderou as reclamações, representando 44% das queixas.

Só em junho, a transportadora portuguesa recebeu 62 queixas. Comparando com o ano passado, quando se registaram 38 reclamações, verifica-se uma subida de 63%.

Seguem-se na lista a Ryanair, com 19% das reclamações, a easyJet, com 10%, a Vueling, com 5% e a Air Europa, com 4%.

As principais causas que levaram os clientes a reclamar são o cancelamento de voos e os problemas com os reembolsos, constata o Diário de Notícias.

Entre as motivações das queixas encontram-se também o atendimento e apoio ao cliente (16%), problemas com bagagem (11%), problemas no embarque (11%) e outros problemas (6%).

Tendo em conta os valores totais do primeiro semestre do ano em curso, as reclamações registadas subiram 53% face aos meses homólogos de 2019, quando se verificaram 592 queixas. Em contrapartida, estas caíram 4,43% face ao igual período de 2020 (altura crítica da pandemia), quando se contabilizaram 947 contestações.

O fim de semana passado ficou marcado com mais de uma centena de voos a ser cancelados — 65 no sábado e 39 no domingo — segundo os dados comunicados pela ANA-Aeroportos à Agência Lusa.

O problema manteve-se, sendo que esta quarta-feira, às 7 horas, de acordo com a página oficial da ANA, já era possível ver quase duas dezenas de voos cancelados.

Com dez chegadas e oito partidas desde Lisboa a não se realizarem esta quarta-feira, o cenário de caos do último fim de semana não se repete, mas continuam os constrangimentos na capital, realça o Observador.

Através de uma mensagem publicada no Facebook da TAP, assinada pela CEO, Christine Ourmières-Widener, a companhia aérea admitiu que “este fim de semana não foi fácil para a TAP devido a constrangimentos vários”.


Christine Ourmières-Widener pediu desculpa pelos constrangimentos: “Garantimos que a TAP e todas as nossas equipas estão empenhadas em minimizar ao máximo todo e qualquer inconveniente que possa surgir durante a vossa viagem connosco. Apresentamos-vos as nossas mais sinceras desculpas (…)”, lê-se.

A TAP, quando questionada pelo Dinheiro Vivo relativamente a pedidos de indemnização, respondeu que “existe um prazo dilatado para que os passageiros possam apresentar esses pedidos” e que “cumpre escrupulosamente a legislação e regulamentos” aplicáveis.

Já a Emirates avança que “apesar dos constrangimentos que se vivem no aeroporto de Lisboa e em outros aeroportos na Europa e em todo o mundo“, “continua a operar de forma regular, sem voos cancelados”.

A companhia garante que, de momento, “todos os voos diários estão a sair dentro dos horários previstos”. A transportadora diz-se ainda “disponível para dialogar com os parceiros e autoridades competentes para coordenar a sua operação de forma a minimizar o impacto que esta situação possa ter para os seus passageiros”.

O Ministério das Infraestruturas garantiu ontem estar “atento e preocupado com a turbulência que tem afetado os aeroportos europeus, com efeitos também nos aeroportos portugueses”, assegurando estar a trabalhar em conjunto com a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a ANA para assegurar assistência.

Alice Carqueja, ZAP //

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