Mais de 30 milhões de pessoas precisam de ajuda na região do Sahel, divulgou, esta segunda-feira, a ONU. O conflito na região tem aumentado a crise humanitária e a tendência é de agravamento.
A ONU alertou, esta segunda-feira, que mais de 30 milhões de pessoas no Sahel necessitam este ano de assistência “vital” e “proteção” devido à crise humanitária causada pelo conflito na região e pela insegurança alimentar.
“Entre junho e agosto de 2022, espera-se que mais de 18,6 milhões de pessoas, cerca de 15% da população da região, sofram de insegurança alimentar severa, incluindo 2,1 milhões em nível de emergência, o penúltimo antes da condição de fome”, lê-se num comunicado do representante para a África Central e Ocidental para a Ação contra a Fome, Mamadou Diop.
Os números dizem respeito a vários países, incluindo o Burkina Faso, Chade, Mali, Níger, Senegal, Mauritânia, o norte dos Camarões e o noroeste da Nigéria, de acordo com a nota citada pela agência Efe.
Por outro lado, numa região fortemente atingida pela violência extremista, o conflito provocou o fecho de cerca de 7.900 escolas, um aumento de 21% face ao número de 2021, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
“Em tempos de conflito, a violência prejudica os sistemas educativos e desaloja as pessoas, quando os menores refugiados e deslocados internamente não vão à escola, tornam-se mais vulneráveis à exploração e ao abuso”, advertiu a diretora regional da Unicef, Marie-Pierre Poirier.
“Os recursos estão no seu ponto mais baixo e o custo da resposta humanitária está a disparar, forçando-nos a reduzir para metade as rações em muitos países do Sahel”, avisou, por seu turno, a diretora para África Ocidental do Programa Alimentar Mundial (PAM), Elvira Pruscini.
As organizações humanitárias têm vindo a alertar que, apesar da devastadora seca e dos mortíferos confrontos que afetam várias zonas do continente africano, os fundos humanitários para a África subsariana reduziram-se devido à invasão russa da Ucrânia, com os países a desviarem a ajuda para este país europeu.
Até junho, apenas 15% dos fundos requeridos este ano para o Sahel foram garantidos, de acordo com o escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA).
// Lusa