Um Homo sapiens e um Neandertal fizeram sexo. 60 mil anos depois, causaram um milhão de mortes por covid-19

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Um gene vindo dos Neandertais permite que o coronavírus se espalhe mais nos pulmões e deixa os pacientes mais vulneráveis à doença. Este gene terá entrado no genoma humano após um único incidente em que um humano se envolveu com o Neandertal.

Há muito, muito tempo — 60 mil anos, mais precisamente — um Homo sapiens teve relações sexuais com um Neandertal.

Até aqui, nada de especial, mas de acordo com um estudo, as consequências deste encontro ainda se estão a sentir nos dias de hoje e até um milhão de pessoas poderá ter morrido com covid-19 por sua culpa. É caso para dizer que é pena os métodos contraceptivos não existirem na altura.

Mas, afinal, o que é que liga a covid-19 a algo que se passou há 60 mil anos? De acordo com o estudo publicado na Nature Genetics, as diferenças genéticas nos pulmões dos doentes infectados com o vírus tiveram raiz na relação entre o humano e o Neandertal há dezenas de milhares de anos.

Os seres humanos têm entre 20 mil e 25 mil genes diferentes que foram codificados com dados ancestrais. James Davies, professor de genómica e um dos autores do estudo, explica que um destes genes, o LZTFL1, “causou uma peculiaridade genética comum que deixa os pulmões susceptíveis à infecção“.

Este gene, segundo Davies, terá entrado no nosso genoma através de “uma única relação interespécies que originou apenas um filho“. 60 mil anos depois, esta mutação que começou numa única criança terá sido responsável por centenas de milhares ou até mesmo, no pior cenário, um milhão de mortes por covid-19.

O gene LZTFL1 leva a que as células produzam uma proteína específica na superfície dos pulmões de algumas pessoas. O coronavírus agarra-se a esta proteína, o que ajuda a que se espalhe mais pelos pulmões, o que origina os casos mais graves da doença. Esta mutação é mais comum na população do sul da Ásia e pode ajudar a explicar porque é que a Índia é um dos países com mais mortes por covid-19.

A hipótese de que um gene Neandertal pode ser culpado por agravar o estado de saúde dos infectados não é nova e um estudo de 2020 já tinha proposto a hipótese de que as pessoas que herdaram este gene tinham um risco até três vezes maior de precisarem de um ventilador caso apanhassem o vírus, relata o Ancient Origins.

O detalhe novo nesta investigação é de que esta mutação se terá propagado ao longo das gerações a partir de apenas uma relação entre um humano e um Neandertal. Os investigadores fizeram os cálculos e notaram que o gene vem de “28 mudanças de uma única letra, que podem ser rastreadas até ao início”, tendo assim nascido de um “evento único”.

Adriana Peixoto, ZAP //

10 Comments

  1. ZAP: “Um humano e um Neandertal fizeram sexo”.
    Um neandertal é humano! Não é um macaco.
    É um homem ou uma mulher de Neandertal!!!

  2. Vão desculpar-me. Mas a versão original estava mais correcta. Ainda hoje humanos e neendertais fazem sexo. As consequências são apesar de tudo mais imediatas, ainda que igualmente funestas. Que o diga (infelizmente já não pode) a Jéssica, a quem um grupelho de neendertais, por motivos inacreditavelmente fúteis, roubou o que de mais precioso todos temos: a vida!

    Nestas coisas, tenho de apoiar outro repugnante neendertal: gente desta não tem o direito à liberdade! Exige-se prisão perpétua para esta gente!

  3. Ha cada anormalidade…! Cientistas e jornalistas neandertais vejo eu todos os dias! O covid apareceu, como todas as outras doenças, pq estes humanos de hoje em dia têm costumes pre-historicos… não tomam banho por exemplo!

  4. É giro ler isto. Os comentários recusam a Ciência. Nada de novo.
    Mas quem desconfia pode sempre emendar a mão e estudar um pouco mais.
    Fico eu fascinada com estes estudos científicos mas não fico curiosa. O covid foi pouco simpático comigo. Já suspeitava..

  5. Que tal culpar quem anda a brincar com vírus exterminadores da raça humana?
    Isto sinceramente… Gostava de saber quem lhes “encomendou” este serviço.

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