População secreta de ursos polares foi encontrada num sítio “impossível”

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Uma população secreta de ursos polares foi encontrada num sítio que os cientistas acreditavam ser “impossível”, por não oferecer as condições necessários para as criaturas caçarem.

O urso polar vive nas águas geladas do círculo polar ártico, que envolve principalmente Dinamarca, Noruega, Rússia, Alasca e Canadá. Embora os ursos polares também viajem por terra, que é onde se reproduzem, passam grande parte do tempo no oceano coberto de gelo e em áreas onde a camada de gelo derreteu, entrando na água sem qualquer dificuldade.

Agora, uma população secreta de ursos polares foi descoberta num habitat aparentemente impossível da Gronelândia. Esta zona, durante a maior parte do ano, carece das plataformas flutuantes de gelo que os ursos usam para caçar.

Anteriormente, os cientistas pensavam que esta população de ursos vivia junto de outro grupo nas proximidades. No entanto, descobriram agora que esta população de ursos esteve “escondida” neste local durante centenas de anos.

A nova descoberta sugere que alguns ursos polares, pelo menos, podem ser capazes de se adaptar ao desaparecimento do gelo marinho à medida que as alterações climáticas pioram.

“O gelo das calotes pode ajudar um pequeno número de ursos polares a sobreviver por períodos mais longos perante o aquecimento climático, mas não está disponível para a grande maioria dos ursos polares”, disse a investigadora Kristin Laidre, em declarações ao Live Science.

Os cientistas descobriram a população “secreta” quando estavam a analisar uma população de ursos polares na costa leste da Gronelândia. Foi assim que os autores perceberam que, afinal, eram duas populações completamente distintas.

Análises genéticas confirmaram que os ursos do sudeste eram distintos dos seus vizinhos do nordeste. Os resultados do estudo foram publicados, na semana passada, na revista Science.

Assim, esta descoberta constitui a prova de uma nova subpopulação de ursos, a 20.ª a nível mundial. Esta subpopulação, desconhecida até agora, tem cerca de 300 espécimes. Os investigadores sugerem que há cerca de 200 anos que está isolada da população vizinha.

A subida das temperaturas no Ártico significam que o gelo está a derreter mais cedo e a congelar mais tarde, deixando os ursos polares à fome. Estimativas apontam que os ursos polares podem ficar extintos até 2100.

Daniel Costa, ZAP //

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5 Comments

    • Caro leitor,
      A frase “Embora os ursos polares também viajem (…)” está correta.
      O termo “viajem” é neste caso o presente do conjuntivo do verbo “viajar”, não o substantivo feminino “viagem”.

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