Urgência de Obstetrícia de Setúbal deverá encerrar mais 22 dias no verão

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O diretor do serviço de Obstetrícia do Hospital de Setúbal diz que tem “menos de um terço” dos especialistas necessários e prevê que a urgência feche mais 22 dias.

A Urgência Obstétrica do Hospital de Setúbal deverá fechar, pelo menos, mais 22 dias durante o período de verão. A previsão é feita por José Pinto Almeida, diretor do serviço de Obstetrícia, citado pelo Correio da Manhã.

O médico obstetra prevê que a falta de médicos leve ao encerramento da urgência em mais um dia em junho, além de nove dias em julho, seis dias em agosto e mais seis em setembro.

“Isto é só uma previsão com base nas insuficiências contabilizadas até agora”, diz José Pinto Almeida.

A urgência de obstetrícia do Hospital de Setúbal esteve encerrada este sábado, tendo reaberto às 9h de domingo. As grávidas são encaminhadas para o Hospital Barreiro/Montijo, para o Garcia de Orta e unidades de Lisboa, realça o CM.

Questionado pela jornalista da SIC, José Pinto Almeida frisou que a sua equipa médica está “perfeitamente desfalcada” face ao número de utentes que é previsto atender, uma vez que deviam ter 23 especialistas e só têm oito, “menos de um terço”. Desses oito, apenas sete fazem serviço de urgência, acrescentou.

O diretor do serviço de Obstetrícia do Hospital de Setúbal classificou este problema de “estrutural” e sublinhou que decorrer “há muito tempo, muito antes do tempo covid”.

“É uma carência acumulada, que nunca foi colmatada”, indicou o médico, explicando que os especialistas foram saindo por reforma ou por opção dos hospitais públicos e, no caso do de Setúbal, nunca foram substituídos.

O especialista disse ainda que as escalas estão feitas “no limite e com muita fragilidade”, de tal forma que “basta faltar um médico especialista para necessitar de encerramento”.

“Estamos muito dependentes de colegas tarefeiros. Neste momento, as nossas escalas recorrem entre 50% a 70% a esses colegas tarefeiros”, afirmou, acrescentando que, este mês, esses colegas mostraram-se menos disponíveis.

Nos últimos dias, vários serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia e bloco de partos de vários pontos do país tiveram de encerrar por determinados períodos ou funcionaram com limitações, devido à dificuldade dos hospitais em completarem as escalas de serviço de médicos especialistas.

O encerramento de Urgências de Ginecologia e Obstetrícia em várias zonas do país coloca 1,5 milhões de mulheres sem acesso a estas especialidades.

Os hospitais onde têm ocorrido mais perturbações e encerramento de urgências servem, no total, mais de 60 concelhos diferentes, tratam-se das unidades de Braga, Caldas da Rainha, Amadora-Sintra, Lisboa, Almada, Santarém, Portalegre e Portimão.

ZAP // Lusa

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