Joe Biden pediu leis mais restritivas para a venda de armas em declarações ao país, bem como o que tema marque a campanha para as intercalares.
Já foram registados 233 tiroteios em massa nos Estados Unidos, desde o início do ano, nos quais quatro ou mais pessoas morreram ou ficaram feridas.
O ataque à escola de Uvalde, no Texas, em que 19 estudantes e duas professoras morreram, foi o 213.º. Juntamente com os ataques das últimas semanas, o Presidente, Joe Biden decidiu fazer uma declaração à nação em horário nobre.
Biden apelou ao Congresso para que dificulte a venda de armas e, no caso de voltar a falhar por questões políticas, pediu aos eleitores que votem para alterar a situação nas intercalares de novembro.
“Quantas matanças mais estamos dispostos a aceitar?”, questionou Biden. O presidente recorreu às estatísticas para salientar que as armas são, neste momento, a principal causa de morte dos jovens nos EUA — ultrapassou acidentes de automóvel.
Nas últimas duas décadas morreram mais crianças em idade escolar devido a armas do que polícias e militares no ativo combinados. As escolas transformaram-se em “campos de batalha” nos EUA, acrescentou o Presidente.
Biden defendeu a proibição das armas de assalto e de carregadores com mais de 10 tiros, como já aconteceu em 1994, numa lei que na altura ajudou a passar, mas que os republicanos deixaram expirar 10 anos depois.
“Se não conseguirmos proibir as armas de assalto, então devemos aumentar a idade de compra dos 18 para os 21 anos“, apelou o chefe de Estado.
Nova Iorque aprovou ontem legislação neste sentido, mas, tal como acontece noutros Estados onde isso já acontece, a decisão final cabe aos tribunais. Fica em causa a violação da Segunda Emenda da Constituição, que sublinha que todos têm o direito de usar armas.
O presidente quer ainda um aumento do controlo dos antecedentes dos compradores e a obrigação de armazenar armas com segurança.
Sugeriu também acabar com a proibição de responsabilizar os fabricantes de armas pelos crimes cometidos com os seus produtos — “imaginem onde estaríamos se a indústria de tabaco estivesse imune de ser processada”.
Biden garante apoiar os esforços bipartidários que estão a ser feitos no Senado para restringir as leis do uso de armas, apesar de o debate parecer centrado na segurança escolar e no reforço dos serviços de saúde mental.
São precisos 10 republicanos a votar com os democratas para avançar a lei. O Presidente considera “inconcebível” que a maioria dos republicanos não queira sequer debater estas propostas.
“Se o Congresso falhar, acredito que desta vez uma maioria de norte-americanos não irão desistir. Acredito que a maioria de vós vai agir para transformar a vossa indignação em tornar esta questão central no vosso voto“, referiu.