Antigo ministro e gestor da EDP usa as decisões da Comissão Europeia para justificar a sua inocência.
António Mexia, antigo presidente executivo da EDP, diz estar a ser vítima de “uma enorme sensação de injustiça” por ser arguido há cinco anos, no âmbito de um processo de suspeitas de corrupção ativa. “Neste momento quero sobretudo sublinhar a enorme sensação de injustiça de que estou a ser alvo, num assunto que foi objeto de longo e muito intenso escrutínio nacional e internacional”.
Na primeira entrevista que concedeu desde que lhe foi imposto o regime, o antigo gestor abordou as suspeitas de corrupção investigadas pelo DCIAP relativamente ao regime dos Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) – mecanismo criado pelo Governo de Pedro Santana Lopes (e que Mexia integrava como ministro das Obras Públicas) para compensar a EDP pela liberalização do mercado energético imposta no ano anterior pela Comissão Europeia.
Sobre este ponto, Mexia destacou “as decisões públicas da Comissão Europeia, que, de forma inequívoca, contrariaram a tese de qualquer favorecimento à EDP”.
Tal como relembra o Expresso, António Mexia foi constituído arguido a 2 de junho de 2017, no âmbito de uma ação de buscas à sede da EDP. É suspeito de quatro crimes de corrupção ativa e de alegados subornos ao antigo ministro Manuel Pinho, ao antigo diretor-geral da Energia Miguel Barreto e ao antigo consultor de Manuel Pinho e atual administrador da REN, João Conceição.
António Mexia e João Manso Neto são ainda acusados do crime de participação económica devido ao negócio relacionado com alegadas irregularidades na adjudicação da construção da barragem do Baixo Sabor ao consórcio Grupo Lena/Odebrecht.