Além de ser um lugar esplendoroso e cheio de cor, os recifes de coral podem ser bastante barulhentos. O ruído de fundo é uma característica tão única desta paisagem sonora que pode ajudar os cientistas a monitorizar a saúde destes habitats marinhos ameaçados.
Uma equipa de cientistas usou aprendizagem mecânica para treinar um algoritmo para reconhecer as diferenças acústicas subtis entre um recife saudável e vibrante e um recife degradado.
Segundo o Science Alert, o contraste acústico é tão ténue que pode ser impossível para uma pessoa discernir.
“As nossas descobertas mostram que um computador pode captar padrões que são indetetáveis ao ouvido humano“, resumiu o biólogo marinho Ben Williams, da Universidade de Exeter, no Reino Unido. “Pode dizer-nos mais rapidamente e com maior precisão como está o recife.”
Para capturar a acústica dos corais, Williams e a sua equipa fizeram gravações em sete locais diferentes no Arquipélago de Spermonde, localizado ao largo da costa sudoeste de Sulawesi, na Indonésia.
As gravações abrangeram quatro tipos distintos de habitat de recifes de coral – saudável, degradado, maduro restaurado e recentemente restaurado –, cada um dos quais exibia uma quantidade diferente de cobertura de coral, produzindo, subsequentemente, um ruído diferente.
Para automatizar o processo, a equipa treinou um algoritmo para distinguir os diferentes tipos de gravações. Os testes mostraram que a ferramenta de Inteligência Artificial (IA) consegue identificar a saúde dos recifes a partir de gravações áudio com uma precisão de 92%.
“É um desenvolvimento realmente excitante”, comentou o biólogo marinho Timothy Lamont, da Universidade de Lancaster. “Em muitos casos é mais fácil e mais barato instalar um hidrofone submarino num recife e deixá-lo lá do que ter mergulhadores especializados a visitar o recife repetidamente para o inspecionar.”
O artigo científico foi publicado, recentemente, na Ecological Indicators.