A instabilidade da economia e a bolha de startups fazem com que os pesos-pesados de Silicon Valley estejam em risco de ruir. O mercado de ações pode cair com eles.
À medida que as ações caem a pique e demissões multiplicam-se, os fundadores das maiores empresas de tecnologia do mundo vão perdendo o estatuto de génios. As taxas de juro estão a subir continuamente e fica claro que estas empresas não conseguem sobreviver sem dinheiro fácil.
Em 2019, em declarações ao Observador, Marvin Liao, executivo na Yahoo! durante mais de 10 anos e investidor na 500 Startups, já avisava que havia uma bolha dos unicórnios, que “vai rebentar e vai ser feio”.
São chamadas de unicórnios as startups tecnológicas que são avaliadas em mais de mil milhões de dólares, ainda antes de abrirem o seu capital em bolsas de valores.
Não seria a primeira vez que víamos uma bolha de tecnologia a estourar, como aconteceu no final dos anos 90 e o início dos anos 2000. Agora, o que torna diferente o potencial rebentamento desta bolha é a sua enorme escala da destruição.
“No início de 2000, a nossa venda típica era de uma empresa de 2 mil milhões a 3 mil milhões de dólares. Agora é uma empresa de 20 mil milhões a 30 mil milhões de dólares. É por isso que chamamos a isto de era ‘.com’ em esteroides”, disse Jim Chanos, fundador da Kynikos Associates, à Insider.
“Acho que muitas empresas vão-se evaporar. Muitas delas vão zerar”, atirou Jim Chanos, que já tinha previsto a última bolha na viragem para este milénio.
Depois do crash de 2008, o dinheiro estava a entrar em força no mercado de ações e as promessas de Silicon Valley atraíram investidores em busca de retornos positivos. Todavia, agora a conjuntura está bem diferente.
A promessa de oferecer um retorno financeiro positivo está a murchar, as taxas de juro atraentes passaram à história, os aceleradores de startups avisam os seus fundadores para esperarem “o pior”, as grandes empresas de capital de risco cortam os investimentos pela metade, os salários das gigantes tecnológicas tornam-se insustentáveis e, paralelamente, o mercado de ações ameaça desabar.
“Planos de negócios que não faziam sentido foram financiados. E as pessoas atiravam dinheiro em qualquer coisa com tecnologia”, disse Chanos. As palavras mágicas são “blockchain”, “machine learning”, “Inteligência Artificial” e “algoritmo”.
Eu acrescentariaa “Big Data” à lista de keywords “mágicas”
e falta juntar as moédas virtuais…
qualquer dia vai ser outra bomba que vai rebentar sem precedentes…
É uma situação perfeitamente natural e que já ocorreu em muitos outros setores. Há algo que dá dinheiro; atrai muitos investidores, muitos financiadores e depois o mercado ajusta.
Também para breve iremos assistir a uma correção do imobiliário. Preparem-se!