Apenas 25% dos brasileiros consideram que a gestão do Presidente é boa ou ótima, segundo a mais recente sondagem da Datafolha.
A avaliação negativa do Governo de Jair Bolsonaro chega aos 48%, de acordo com a sondagem da Datafolha. Comparativamente, em março, 46% consideravam a gestão do presidente do Brasil má ou péssima, segundo o Público.
A percentagem de população que considera o Governo regular manteve-se estável (27%), comparando com março (28%). Os brasileiros que avaliam o desempenho como bom ou ótimo apresentam o mesmo valor em ambas as sondagens — 25%. A fatia de 1% sem opinião também foi idêntica.
Com estes resultados, Bolsonaro continua a ser o Presidente com a pior avaliação nesta altura do mandato, relativamente a todos os presidentes eleitos após a redemocratização do país em 1985.
O desempenho ajuda a explicar a dificuldade que o Presidente enfrenta, quando pretende uma reeleição e conseguir a dianteira na corrida eleitoral. A mesma sondagem mostra que Bolsonaro tem 27% de intenções de voto e fica em segundo lugar, bem atrás dos 48% do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O levantamento incluiu 2.556 eleitores acima dos 16 anos, em 181 cidades de todo o Brasil, nesta quarta e quinta-feira. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.
A pior taxa de avaliação de Bolsonaro foi registada em dezembro de 2021, quando atingiu os 53%. Já a melhor aconteceu em dezembro de 2020, com 37%.
Os atuais 48% acontecem numa altura em que situação económica piorou, com o aumento de preços dos combustíveis e o regresso da inflação.
Nos últimos 12 meses até abril, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) é de 12,13%, o nível mais alto desde outubro de 2003 — 13,98%.
Em comparação a outros presidentes no mesmo período do mandato, Bolsonaro fica atrás de Fernando Henrique Cardoso, que registava 24% de reprovação na sua primeira passagem pelo Planalto, de Lula (22%) e de Dilma Rousseff (26%).
O ex-Presidente José Sarney atingiu 62% de avaliação má ou péssima, mas a sondagem foi realizada em dez capitais. Posteriormente, os levantamentos aumentaram a sua abrangência territorial.
Os dados da sondagem da Datafolha acompanham assim a tendência de maior rejeição e de menor probabilidade de voto nas eleições de outubro.
A taxa dos que consideram a gestão de Bolsonaro má ou péssima é maior entre as mulheres (51%) do que entre os homens (45%).
Atinge patamares mais elevados entre moradores do Nordeste (55%), funcionários públicos (61%), brasileiros com ensino superior (54%) e eleitores de Lula (73%).
Já as percentagens de bom ou ótimo são superiores entre evangélicos (35%) — cada vez mais um dos bastiões da popularidade presidencial — e o dos empresários (48%).
Também é visível a preferência dos mais ricos: entre quem tem rendimento familiar de cinco a dez salários, a taxa de aprovação é de 35%, e salta para 45% na faixa acima dos dez salários.
Entre os que pretendem votar em Bolsonaro, como esperado, a perceção de que lidera um Governo ótimo ou bom chega aos 72%. Os que consideram a sua governação regular são 27%, e 1% reprovam-a.