Especialista do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos ressalva que a temperatura e as embalagens são fatores que devem ser tidos em conta durante o processo.
Uma das regras mais conhecidas na cozinha dos consumidores domésticos tem que ver com a impossibilidade de se congelar alimentos após estes terem sido sujeitos a um processo de descongelamento. No entanto, esta tese tem sido contestada por muitos especialistas em segurança alimentar, que tentam diferenciar os conceitos de segurança e qualidade alimentar.
“Numa perspectiva de segurança, enquanto o produto alimentar que descongelou tiver sido armazenado abaixo dos 4,5 graus Celsius, é seguro recongelá-lo”, explicou Meredith Carothers do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos ao site Inverse. Com este valor a especialista refere-se, naturalmente, a preservar os alimentos no frigorífico .
Quatro graus e meio parece ser o número mágico porque é quando as temperaturas mais frias começam a retardar a reprodução das bactérias. Algumas bactérias comuns e nocivas que crescem rapidamente nos alimentos fora do frigorífico são E. coli, Salmonella, Listeria monocytogenes e Campylobacter. Tipicamente, as pessoas infectadas com estas bactérias apresentam sintomas como vómitos, diarreia, febre, e outros sintomas.
Há ainda truques para descongelar os alimentos à temperatura ambiente e estes resumem-se aos timings. “Temos uma regra de duas horas em que as bactérias não terão realmente tempo para se multiplicarem até níveis perigosos dentro desse período de duas horas“, aponta.
Isto é verdade tanto para alimentos crus como cozinhados, deixados à temperatura ambiente durante mais de duas horas. Mesmo que se planeie cozinhar alguma carne crua no forno, se a carne tiver estado fora do frio o dia todo tal pode constituir um problema. “Quando essas bactérias de doenças de origem alimentar têm a oportunidade de se multiplicarem até níveis perigosos, podem de facto produzir algumas toxinas resistentes ao calor”, especifica. “Em última análise, são resistentes ao calor. Não serão mortas mais tarde ao serem expostas a essas altas temperaturas”.
O mesmo se aplica aos alimentos deixados à temperatura ambiente na sua embalagem original, como frango cru ou carne de vaca. A embalagem não protege contra alterações de temperatura e essa carne nunca esteve livre de bactérias;:apenas não possuía níveis perigosos de bactérias. Se voltar a congelar os alimentos (crus ou cozinhados) deixados à temperatura ambiente por mais de duas horas, tal também é arriscado. “O congelador não os mata”, diz Carothers. “Vão ficar apenas naquele padrão de espera até começar a descongelar de novo”.
Resumindo: É seguro recongelar alimentos que foram descongelados ou e permaneceram no frigorífico ou à temperatura ambiente durante menos de duas horas. O risco de intoxicação alimentar e de doenças de origem alimentar surge quando se recongela alimentos deixados no exterior durante todo o dia.
Enquanto “seguro” significa que a prática não representa um risco para a saúde, nada é dito sobre a qualidade dos alimentos. De facto, o congelamento de refeições uma vez pode alterar significativamente o sabor, pelo que congelar e voltar a congelar significa apenas mais alterações. “Há esse potencial de a qualidade ficar cada vez mais pobre sempre que a descongelamos ou recongelamos”.
Como defende Meredith Carothers, descongelar alimentos recongelados no frigorífico é a forma mais segura de o fazer, se demorar um pouco mais de tempo. Se o plano é comer as conservas de imediato, o ideal é colocá-las no microondas. Juntar um pouco de água a alguns alimentos congelados, especialmente enquanto os aquece, pode também dar um longo caminho em termos de textura.
naa…….too risky. nem sempre temos medidores de temperatura por perto. sempre que se descongelam os alimentos , quando estes estão em contato com o ar apanham sempre bactérias, mais vale que sejam logo confeccionados do que de volta ao gelo.
O problema, para além das toxinas, é o da qualidade (como aliás é referido no artigo), no caso da carne e do peixe. Ao descongelar a água entra para os tecidos e ao voltar a congelar, com a diminuição da densidade do gelo em relação à água, vai fazer com que estes “rebentem” acabando por “destruir” a carne/o peixe. O mesmo não acontece com o pão, por exemplo, durante este processo a água vai penetrar igualmente mas como tem maiores espaços não vai “rebentar”, apenas fica mais mole.