O PCP e o Bloco de Esquerda viram os seus grupos parlamentares reduzidos a seis e cinco deputados, respetivamente. Agora, são obrigados a ajustar a redistribuição do trabalho.
Ao contrário do que acontecia até agora, Catarina Martins passa a estar sentada na comissão da Saúde, uma pasta crucial para o partido tendo em conta as barreiras e linhas vermelhas que o BE defendeu durante a última negociação orçamental e campanha eleitoral. O deputado José Soeiro fica como suplente.
Para tal contribuiu também o facto de o deputado Moisés Ferreira ter perdido o assento que tinha por Aveiro.
Além disso, o Bloco não conseguiu eleger o médico Bruno Maia, que estava colocado em terceiro lugar nas listas de Lisboa e que se apresenta como um médico em exclusividade voluntária no SNS, representando assim uma das bandeiras que o BE quer defender.
Segundo o Observador, a coordenadora do partido terá ainda assento na comissão da Transparência, onde se sentavam os bloquistas José Manuel Pureza (que falhou a eleição por Coimbra) e Pedro Filipe Soares.
Como perdeu o título de terceira força política, o BE fica sem a única presidência de comissão que tinha – a do Ambiente –, ficando com essa vice-presidência, sendo Pedro Filipe Soares a assumir o cargo, e com a da comissão da Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, onde será representado por Joana Mortágua.
Com a perda de parlamentares, só há lugar para um deputado efetivo em cada pasta. Assim sendo, Pedro Filipe Soares continua a ter assento em três comissões e é suplente em quatro, e Joana Mortágua assume a liderança da comissão de Defesa, continua com a pasta da Educação e assume a Cultura, Comunicação e Desporto.
Já Mariana Mortágua continua na comissão de Orçamento e Finanças e junta-se à da Economia e Assuntos Europeus. José Soeiro continua a ser o responsável pela área do Trabalho, mas acumula com a Administração Pública e os Negócios Estrangeiros.
Apesar de ter encolhido, a estratégia do PCP continua a deixar o líder, Jerónimo de Sousa, de fora das comissões. Assim sendo, de acordo com o documento enviado ao diário, todos os deputados comunistas passam a acumular três comissões exceto Bruno Dias, que tem duas – a das Finanças e a do Ambiente.
O Observador destaca que, na comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, regista-se a saída de um histórico, António Filipe. Entra assim, para esta comissão, a deputada Alma Rivera, que acumula com esta pasta as comissões da Cultura e da Transparência.
A líder parlamentar Paula Santos fica com a comissão dos Negócios Estrangeiros, da Economia e da Administração Pública; o deputado de Beja, João Dias, fica com a Saúde, a Agricultura e Pescas e a Defesa, enquanto Diana Ferreira, eleita pelo Porto, continua na pasta do Trabalho, acumulando os Assuntos Europeus e a Educação.