O Porto soma e segue no comando da Liga Bwin. O dérbi da Invicta prometia emoção e intensidade, e não defraudou as expectativas.
Os “dragões” foram melhores, venceram por 1-0, golo de Fábio Vieira – que nem era para ser titular, rendendo Taremi (Covid) -, e somaram a oitava vitória seguida no Estádio do Bessa, onde o Boavista não bate o seu rival desde o longínquo ano de 2007.
Aliás, nesta sequência de triunfos portistas, houve 19 golos para os visitantes e nenhum para os homens da casa, que não marcam aos “azuis-e brancos” como visitados há dez jogos consecutivos.
Um dérbi portuense sem intensidade não é um dérbi portuense. Por isso mesmo, podemos dizer que tivemos um jogo digno da tradição, intenso, quente, de muita luta e alguma inspiração.
O ponto alto aconteceu aos 32 minutos, quando Evanilson entrou na área pela esquerda, foi à linha e cruzou atrasado para o remate de primeira de Fábio Vieira, para o 1-0.
A primeira parte – que teve duas substituições forçadas, Javi García (21′) a sair lesionado do lado dos boavisteiros, para entrada de Nathan Santos, e Pepê (25′) rendido por Galeno do lado portista – teve maior ascendente do Porto, que registou mais posse de bola, remates e jogadas de perigo, pelo que a vantagem do “dragão” ao intervalo era justificada.
O melhor em campo nesta fase era Fábio Vieira, o marcador do golo, com um GoalPoint Rating de 6.7. O criativo era o mais rematador, com três disparos, dois de fora da área, e dois passes super aproximativos.
O segundo tempo foi mais controlado por parte do Porto.
Os “dragões” acalmaram o ritmo da partida, taparam ainda mais os caminhos para a sua baliza, mantendo-se a formação mais perigosa, e beneficiaram mesmo de uma grande penalidade, por falta de Abascal sobre Fábio Vieira. Contudo, Bracali (63′) estirou-se e travou a cobrança de Evanilson.
Aos 80 minutos, a concluir um lance em que Otávio recuperou a posse e João Mário conduziu pela direita, Evanilson rematou cruzado ao poste.
Kenji Gorré, aos 88 minutos, trabalhou muito bem na esquerda e Petar Musa, no coração da área, cabeceou à barra da baliza portista, e nos descontos foi Diogo Costa a negar o tento a Jackson Porozo.
E é assim mesmo, quem aproveita, ganha, e quem desperdiça…
Melhor em Campo
Mehdi Taremi era para ter começado a partida no Bessa, mas um teste positivo à COVID-19 tirou o iraniano do desafio, entrando Fábio Vieira para o seu lugar.
E o médio correspondeu da melhor forma, sendo o melhor em campo no dérbi, com um GoalPoint Rating de 7.8.
Além do golo que apontou, foi o jogador mais rematador (4), e que mais disparos enquadrou (2), fez 3 passes super aproximativos e recebeu 12 aproximativos (máximo do jogo), somou 7 acções com bola na área contrária e foi o jogador mais carregado em falta (6), incluindo uma que deu penálti, o tal que Evanilson desperdiçou.
Destaques do Boavista
Rafael Bracali 6.5 – O experiente guardião foi fundamental para evitar mais golos do Porto, realizando três defesas, uma a travar a grande penalidade de Evanilson e a outra na recarga a esse lance. Todas as “paradas” foram a remates na sua grande área.
Seba Pérez 5.8 – O médio lutou muito, terminando a sua participação – saiu lesionado aos 82 minutos – com o máximo de desarmes da partida (6), a par de Cannon.
Reggie Cannon 5.5 – O norte-americano teve de lidar com Galeno e pode dizer-se que saiu vencedor do duelo com o brasileiro. Cannon foi o boavisteiro com mais acções com bola (78), fez sete recuperações de posse, os tais seis desarmes e três intercepções.
Destaques do Porto
João Mário 7.1 – Que belíssimo jogo do lateral-direito, em especial nos momentos ofensivos. João Mário criou uma ocasião flagrante em três passes para finalização, completou quatro de seis tentativas de drible, fez cinco conduções aproximativas e uma super aproximativa, recuperou nove vezes a posse de bola e fez quatro bloqueios de passe/cruzamento.
Matheus Uribe 6.6 – O uruguaio está num momento de forma tremendo, com uma disponibilidade física invejável. Em sete duelos aéreos defensivos ganhou três, e ainda somou sete recuperações de posse e cinco desarmes.
Otávio 6.6 – Mais um enorme jogo de Otávio em prol do colectivo. O internacional português, chamado por Fernando Santos para o play-off de apuramento do Mundial de 2022, fez cinco passes ofensivos valiosos, somou o máximo de acções com bola (88), completou as três tentativas de drible, registou quatro desarmes e incríveis 14 recuperações de posse.
Diogo Costa 6.2 – O guardião portista praticamente só teve trabalho na segunda parte, e nos descontos negou mesmo um golo “cantado” a Porozo, na única defesa realizada. Terminou com três saídas pelo solo eficazes, excelentes 11 passes longos certos em 24 e quatro passes super aproximativos.
Pepe 6.0 – A sua experiência e posicionamento são fulcrais na forma como o Porto minimiza os lances perigosos dos adversários. O central terminou a partida com excelentes dez recuperações de posse.
Pepê 5.7 – O brasileiro saiu aos 25 minutos por lesão, mas nesse período conseguiu criar uma ocasião flagrante.
Evanilson 5.6 – Jogo ingrato para o ponta-de-lança, que até terminou com alguns bons números, menos os de eficácia. Com três remates, falhou um penálti e um total de duas ocasiões flagrantes, foi o segundo jogador com mais acções com bola na área contrária (6) e ganhou dois de quatro duelos aéreos ofensivos.
Grujic 5.5 – O sérvio entrou no segundo tempo para a previsível luta física e pelo ar, perante a reacção do Boavista, pelo que terminou com seis duelos aéreos ganhos em sete.
Galeno 5.4 – Entrado para o lugar de Pepê, deu poucas soluções atacantes, sendo o registo mais relevante os dois dribles completos em dois tentados.
Zaidu 5.1 – Jogo pouco conseguido do nigeriano, que o melhor que conseguiu foi somar cinco recuperações de posse.
Vitinha 5.0 – O médio passou ao lado do jogo. Além de três acções defensivas no meio-campo contrário, desperdiçou uma ocasião flagrante. O consolo foi mesmo a vitória e a chamada à selecção este domingo.
Resumo
// GoalPoint