Guerra na Ucrânia já está a afectar a saúde mental dos portugueses

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Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental já vê consequências. Ansiedade é o sintoma mais comum e é importante estar atento.

Aumentam as perturbações psiquiátricas, a ansiedade e a depressão. Há estudos nacionais e internacionais que mostram que a guerra na Ucrânia afecta as pessoas, mesmo as que estão geograficamente longe do conflito.

“O facto de se estar agora a reviver uma situação de risco, agora relacionada com um conflito como esta guerra, vem trazer novamente essa carga e isso preocupa-nos”, alerta o presidente eleito da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental.

João Bessa acrescentou, à agência Lusa, que em Portugal também já se nota que as pessoas estão a ser afectadas: “Ainda não há dados concretos, mas estamos a observar na prática clínica uma repercussão a esta exposição, nomeadamente nas questões relacionadas com a ansiedade. E é importante, dentro da nossa comunidade, amizades e seio familiar, estar atento ao impacto nas pessoas”.

“Esta situação preocupa-nos e é importante tomar medidas para ajudar a população e para ajudar uma previsível vaga de refugiados que já começaram a chegar ao país e que vão precisar também de respostas concretas no apoio a sua saúde mental”, lembrou.

O presidente eleito da entidade sublinhou que as autoridades devem estudar bem a forma como transmitem informação à população: “Devem alertar, mas não devem induzir a um receio relativamente ao que se está a passar. É preciso saber falar do risco no contexto e no momento certo para não induzir a imprevisibilidade sentida por todos, que é o mais difícil de gerir”.

É preciso ter em atenção a quantidade de notícias que cada pessoa lê ou ouve e também é fundamental as pessoas manterem as suas rotinas diárias, objectivos e desejos.

Cada pessoa não deve ainda deixar de lado a sua carga laboral “e até a vivência familiar em função do que se está a viver”.

Este contexto de guerra poderá “induzir sofrimento psíquico que, se perdurar no tempo e trouxer disfuncionalidade à pessoa, deve haver referenciação para cuidados de saúde mental”.

Há um lado que pode ser positivo para muitos portugueses (e não só): a disponibilidade para receber refugiados. As pessoas anfitriãs ficam satisfeitas e sentem que também estão a contribuir para resolver, ou suavizar, o problema.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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3 Comments

  1. Se desligarem a TV e não permitirem que a propaganda do medo entre as suas casas e vidas, talvez consigam lidar melhor.
    Aceder a informação é diferente de ver constantemente as mesmas imagens, vídeos e informações.

  2. A forma como se transmite informação é essencial porque nunca deve esquecer o factor deontológico,
    ou seja, procurar informar, esclarecer, sim, sem tomar partido ou enveredar pelo alarmismo histérico persecutório ou apresentar constantemente as mesmas imagens, algumas até descontextualizadas, na
    procura competitiva de audiência, assim evitando induzir em erro o receptor.

  3. Diariamente , 90% de Informação Audio-Visual , é consagrada ao belicismo Russo-Ucraniano . Imagens choc , Comentadores mais ou menos credíveis , Opinadores de todos bordos , enfim !….. toda uma palestra de intervenientes que contribuem para uma autentica overdose de Informação e sensações fortes para os mais aficionados . A Comunicação Social aproveita-se largamente desta “Funesta” situação para que cada Canal em termos de concorrência tenha a maior Audição . Certo é que não precisaria-mos de tal avalancha de relatos (muitos deles repetitivos) e desnecessários . Comemos Covid até enjoar , agora em sobremesa é esta “Guerra” que nos põe mal dispostos !… . Precisamos do essencial e não do supérfluo , nem que seja por questão de respeito por os que sofrem . Este Drama não deve servir de “Negocio” !

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