O combustível é um dos principais custos do setor, e ajuda a determinar as tarifas praticadas. O preço do jetfuel subiu 27% em um mês e viajar de avião “não vai ser barato daqui em diante”, afirmou um analista à Reuters.
A TAP “está a monitorizar a situação” de subida de preços do petróleo e derivados como o jetfuel, usado na aviação, segundo afirmou uma fonte oficial da companhia aérea ao jornal Público.
Conforme descreve a transportadora aérea alvo de ajudas públicas, no relatório e contas do primeiro semestre de 2021, o combustível é um dos principais custos do sector, “determinante para o resultado de exploração” e “também para a definição das condições tarifárias e políticas de mercado, em cada ano”.
Apesar de a TAP ter alguma proteção de oscilações de preços (hedging) – o que foi confirmado pela empresa mas sem mais nenhum pormenor sobre este tipo de contratos de cobertura – e apostar na melhoria do consumo – nomeadamente com uma frota mais eficiente – a subida dos custos pode vir a conduzir a um incremento dos preços dos bilhetes, tal como em diversas outras companhias.
“Nos mercados da aviação comercial, as companhias aéreas estão particularmente sujeitas ao impacto de alterações nos mercados internacionais de energia que determinam os seus custos com combustíveis”, descreve a TAP no seu relatório.
E se os preços já estavam a subir até janeiro, com a invasão da Ucrânia por parte da Rússia, e os embargos associados, a tendência de alta acentuou-se ainda mais de forma inesperada.
A par do preço do petróleo, o custo do jetfuel está perto de máximos de 14 anos, ao chegar aos 1203,8 dólares por tonelada métrica esta segunda-feira, cerca de 27% acima do valor de há um mês, segundo os dados da S&P Global Commodity Insights/IATA.
Viajar de avião “não vai ser barato daqui em diante“, afirmou esta terça-feira um analista citado pela Reuters, realçando que os consumidores também vão perder poder de compra.
“O aumento do custo do fuel e inflação mais alta estão aqui para ficar algum tempo”, referiu ao Financial Times (FT) Rico Luman, economista sénior do ING especializado em transportes.
Para este analista, o setor da aviação está mais exposto do que a navegação (onde o peso do combustível é maior) à subida de custos, num momento de recuperação do sector, por causa da maior sensibilidade dos passageiros ao incremento do preço das passagens.
Na semana passada, o presidente do Ryanair, Michael O’Leary, alertou que a maioria das companhias vai atravessar um período “muito difícil” nos próximos doze meses.
A companhia irlandesa tem grande parte das compras de combustível protegida contra este tipo de alterações nos preços, mas, mesmo assim, espera uma subida da fatura da ordem dos 50 milhões de dólares, no espaço de um ano.
“Não é muito dinheiro, mas obviamente torna a recuperação pós-covid muito mais difícil”, afirmou o responsável daquela que é uma das companhias aéreas com melhor capacidade financeira.
No espaço de um mês, o índice STOXX Europe Total Market Airlines (que reúne companhias como a IAG, Lufthansa, Air France-KLM, Easyjet, Wizzair, SAS e Ryanair) caiu cerca de 29%.
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