Antigo árbitro reage com “consciência tranquila” às suspeitas de suborno, por parte do Benfica: “Nunca fui corrompido”.
Bruno Paixão reagiu às suspeitas de ter sido subornado pelo Benfica, através de pagamentos realizados por uma empresa de José Bernardes, acusado de ter desviado quase dois milhões de euros do clube da Luz.
O dinheiro entregue pela empresa Best for Business ao, na altura, árbitro está a ser investigado por indícios de corrupção desportiva.
Mas Paixão, que conhece José Bernardes há nove anos e que confirmou ter recebido dinheiro dessa empresa do sector informático, a Best for Business, assegura que só estava a cumprir um contrato de trabalho.
“Ele ligou-me do nada. Era uma boa oportunidade para me lançar na área da qualidade, certificando as empresas daquele grupo. Fiz um contrato de trabalho de nove meses, como consultor de qualidade, entre Novembro de 2013 e Agosto de 2014. Recebia 875 euros por mês, mais subsídio de refeição, por oito horas de trabalho. No total dos nove meses, recebi cerca de 8 mil euros“, contou, em entrevista ao jornal Expresso.
Apesar de ter sido contactado mais tarde por José Bernardes, Bruno Paixão nunca mais trabalhou para a Best for Business. E assegurou que nunca recebeu 40 mil euros através da Dynetic, outra empresa de José Bernardes: “Posso mostrar as minhas facturas”.
No entanto, o ex-árbitro percebe que, devido à suspeita de branqueamento de dinheiro por parte do empresário, a Polícia Judiciária investigue o processo: “É normal e até agradeço que o façam”.
E, apesar de nunca ter sido contactado pelas autoridades por causa deste processo, está disponível para mostrar todo o seu histórico financeiro: “Estou disposto a pegar na minha vida financeira e ir à Polícia Judiciária. Quem quiser, que pegue no meu computador e o leve para analisar. Tenho vontade de levantar o meu histórico bancário, entregá-lo à polícia e ser ouvido, para limpar a minha imagem”.
Bruno Paixão garantiu que nunca foi corrompido, que nunca se cruzou ou contactou com suspeitos na ‘Operação Saco Azul’ e que nunca beneficou o Benfica propositadamente, em jogos de futebol.
Em relação à sua situação financeira “caótica”, o antigo árbitro vive em casa dos seus pais, que o ajudam: “Foi uma má preparação minha, reconheço. Agora estou em falência técnica“.
Recentemente deixou de ter um sustento financeiro quando demitiu-se do cargo de consultor no Casa Pia: “O dinheiro que ali recebia como formador faz-me muita falta. Mas não quero estar a manchar o clube com estas suspeitas. Não me quero tornar tóxico para o clube”.