Reina um “optimismo cauteloso” na organização. Augusto Santos Silva fala sobre sinais contraditórios provenientes da Rússia.
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou nesta terça-feira que os militares presentes junto à fronteira com a Ucrânia já começaram a sair da zona, dando sinais de que não haverá qualquer conflito com as forças ucranianas. Mas a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) ainda não viu qualquer indício de recuo.
“Até agora não vimos qualquer retirada no terreno, nenhum sinal de redução da presença militar russa nas fronteiras com a Ucrânia, mas vamos continuar a monitorizar e a seguir atentamente o que a Rússia está a fazer”, disse o secretário-geral da NATO, em Bruxelas.
Contudo, há algum optimismo entre os responsáveis pela NATO. Mas ainda com cautela: “Os sinais que chegam de Moscovo, relativamente à vontade de prosseguir os esforços diplomáticos, dão alguma razão para um optimismo cauteloso“.
A avaliação por parte da organização vai ser apertada e, acredita Jens Stoltenberg, até quinta-feira vai conseguir ter uma noção da situação à volta da “maior ameaça à segurança europeia das últimas décadas”.
“Tudo está agora a postos para um novo ataque. Mas a Rússia ainda tem tempo para se afastar da beira do abismo. Que pare de se preparar para a guerra e comece a trabalhar para uma solução pacífica. O movimento de forças, de capacidades russas não representa uma inversão da escalada”, continuou Stoltenberg.
Este anúncio de retirada surgiu horas antes da reunião entre Vladimir Putin e Olaf Scholz, respectivamente presidente da Rússia e chanceler da Alemanha.
Augusto Santos Silva também não está muito convencido. O ministro português dos Negócios Estrangeiros disse à RTP que esta retirada, se se confirmar, é um “elemento positivo” mas vê ainda sinais “muito contraditórios e é preciso esperar”.
Cuidado que o Putin é perito em inventar “cenários” para se fazer de vitima e pode muito bem simular um ataque a forças ou cidadão russos, para justificar (mais) uma incursão na Ucrânia!…