Nem Esquerda ou Iniciativa Liberal. No segundo dia de campanha, Rodrigues dos Santos soltou os cães ao PAN

Rodrigo Antunes / Lusa

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos

Líder do CDS quis recuperar a autoria das promessas eleitorais dos outros partidos relativas à melhoria das condições de trabalho dos agentes das forças de segurança.

Em terras alentejanas — pouco favoráveis ao CDS — Francisco Rodrigues dos Santos aproveitou a sua intervenção perante meia centena de apoiantes num almoço-comício para atirar a um alvo pouco provável: o PAN, partido cujas propostas catalogou de “animalistas radicais”. “Fiquei preocupado, confesso-vos, com as recentes notícias que dão nota de que Rui Rio e João Cotrim de Figueiredo admitem entender-se com o PAN para a formação de Governo de Portugal. Para o PSD, pelos vistos, já vale tudo. Para nós não”, distinguiu o líder do partido.

Da parte do CDS, tratou de esclarecer, este “não fará nenhum entendimento de base de governo com o PAN” com Rodrigues dos Santos a entender que é “um partido animalista radical que tem uma agenda ditatorial que quer destruir o modo de vida das pessoas que trabalham no campo, que respeitam as tradições e são os verdadeiros ambientalistas”. Para o líder do CDS, o partido de Inês Sousa Real “humaniza animais e animaliza pessoas“, com “conceções excêntricas” e “preconceitos urbanos”.

Para Rodrigues dos Santos, o fundador do PAN foi um “ativista extremista que defendia coisas como a purificação nacional” e queria tornar o país “completamente vegetariano”. “Uma brigada do tofu e uma política de beringela.”

A passagem de Francisco Rodrigues dos Santos pelo Alentejo serviu ainda para apresentar os cabeças de lista do partido por Beja, Évora e Portalegre: Ana Costa Freitas (reitora da Universidade de Évora), Francisco Palma (presidente da Associação de Agricultores do Baixo Alentejo) e Bruno Batista (empresário) — os três independentes. Sobre estas escolhas, o líder do partido recusou a ideia de que seriam representativas de uma fraca implantação do CDS na região, preferindo ver a afirmação de um partido “de quadros”. “Ser do CDS no Alentejo é um ato revolucionário”, atirou.

Rodrigues dos Santos aproveitou ainda a ocasião para reivindicar a autoria das propostas para a melhoria das condições de trabalho das forças de segurança, isto a a propósito de uma visita a uma esquadra, em Portalegre. “Não deixaremos que outro partido qualquer se apropria desta bandeira, que sempre foi do CDS. […] Para que o criminoso que agredir um agente da autoridade saiba que terá uma moldura penal agravada, para que saiba que está a atentar contra um pilar fundamental do Estado de Direito”.

ZAP //

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