Coreia do Norte dispara mais dois mísseis

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(dv) KNS / KCNA

Especialistas dizem que Kim Jong-un está a regressar a uma técnica testada e comprovada de pressionar os Estados Unidos e os vizinhos regionais.

De acordo com a CNN, o líder norte-coreano está a lançar de mísseis e ameaças, antes de oferecer negociações destinadas a obter concessões.

A Coreia do Norte disparou hoje para o mar o que se suspeita serem mais dois mísseis balísticos, naquele que é o quarto lançamento de armas em janeiro, de acordo com o exército da Coreia do Sul.

Já tinha também disparado dois mísseis balísticos não identificados em setembro de 2021, no Mar do Japão (que as duas Coreias designam por Mar Oriental), informou o Chefe do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS).

“A Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos não identificados para o Mar Oriental a partir da região central do país, depois do meio-dia de 15 de setembro”, disse o JCS, em comunicado, citado pela agência EFE, na altura.

Os chefes do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disseram que o Norte terá disparado agora dois mísseis balísticos de uma área em Sunan, a localização do aeroporto internacional de Pyongyang.

O gabinete do primeiro-ministro do Japão também informou que foi detetado um possível lançamento de mísseis balísticos da Coreia do Norte, mas sem fornecer mais pormenores.

A guarda costeira nipónica emitiu um aviso para os navios que percorrem as águas japonesas para se precaverem.

O lançamento ocorreu após a Coreia do Norte ter realizado um par de testes de voo de um suposto míssil hipersónico a 5 e 11 de janeiro e também de mísseis balísticos de um comboio, numa aparente represália por novas sanções impostas pelos Estados Unidos na semana passada devido, precisamente, aos contínuos testes.

Pyongyang tem vindo a intensificar os testes de novos mísseis nos últimos meses, concebidos para sobrecarregar as defesas antimíssil na região.

Alguns especialistas acreditam que o líder norte-coreano Kim Jong-un está a regressar a uma técnica testada e comprovada de pressionar os Estados Unidos e os vizinhos regionais com lançamentos de mísseis e ameaças, antes de oferecer negociações destinadas a obter concessões.

Um impulso diplomático liderado pelos Estados Unidos com o objetivo de convencer a Coreia do Norte a abandonar o seu programa de armas nucleares entrou em colapso em 2019, após a administração liderada por Donald Trump ter rejeitado as exigências de Kim Jong-un, no sentido de um alívio de sanções importantes em troca de uma rendição parcial das suas capacidades nucleares.

Desde então, o líder norte-coreano comprometeu-se a expandir ainda mais um arsenal nuclear que vê como uma garantia de sobrevivência, apesar do impacto na economia do país devido ao encerramentos de fronteiras relacionados com a pandemia de covid-19 e das sanções lideradas pelos Estados Unidos.

Até agora, o seu governo rejeitou o apelo da administração de Joe Biden para retomar o diálogo sem condições prévias, dizendo que Washington deve primeiro abandonar a sua “política hostil”.

Pyongyang utiliza principalmente este termo para descrever sanções e exercícios militares combinados entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul.

Na semana passada, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos impôs sanções a cinco norte-coreanos sobre o seu papel na obtenção de equipamento e tecnologia para os programas de mísseis do Norte, numa resposta aos testes do Norte, no início deste mês.

O Departamento de Estado ordenou sanções contra outro norte-coreano, um cidadão russo e uma empresa russa, pelo seu apoio mais amplo às atividades de armas de destruição maciça da Coreia do Norte, e a administração Biden também disse que iria avançar com a proposta de sanções adicionais da ONU.

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