O Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, autorizou hoje o uso de força letal sem aviso prévio contra manifestantes, após vários dias de tumultos no país de que resultaram dezenas de mortos.
“Dei ordem aos órgãos da polícia e ao Exército para disparar a matar sem aviso prévio” disse Tokayev num discurso televisivo, acrescentando que os “terroristas continuam a danificar bens e a usar armas contra os cidadãos”.
Considerou, por outro lado, “absurdos” os apelos, especialmente do estrangeiro, para negociar com os manifestantes com vista a uma resolução pacífica da crise.
“Que tipo de negociações se pode ter com os criminosos, com os assassinos? Temos estado a lidar com bandidos armados e treinados (…) Eles têm de ser destruídos e isso será feito em breve”, disse.
Segundo o chefe de Estado, “20.000 bandidos” atacaram Almaty, a capital económica onde os tumultos foram os mais caóticos e violentos.
Tinham “um plano claro de ataque, ações bem coordenadas e um elevado grau de prontidão de combate”, prosseguiu, referindo-se a “sabotadores especializados”.
Kassym-Jomart Tokayev acusou “os meios de comunicação social livres e algumas pessoas no estrangeiro” de estarem a “desempenhar o papel de instigadores” desta crise.
“A operação antiterrorista continua, os militantes não depuseram as suas armas. Aqueles que não se renderem serão eliminados”, disse o presidente do Cazaquistão, reconhecendo que “haverá muito trabalho a fazer para aprender com a tragédia”.
“As forças da lei e da ordem estão a trabalhar arduamente. A ordem constitucional foi em grande parte restaurada em todas as regiões do país”, acrescentou Tokayev, citado pelo jornal Público.
O Cazaquistão, o maior país da Ásia Central, está, desde domingo, envolto em tumultos após manifestações de protesto contra o aumento dos preços do gás liquefeito, um dos combustíveis mais utilizados nos transportes do país, de 60 tengues por litro (0,12 euros) para o dobro, 120 tengues (0,24 euros).
Um contingente de tropas da Rússia e de outros países aliados chegou ao Cazaquistão na quinta-feira para apoiar o governo, protegendo edifícios estratégicos e apoiando a aplicação da lei.
No discurso, Tokayev manifestou-se “especialmente grato” ao Presidente russo Vladimir Putin por ter enviado o contingente militar.
“Ele respondeu muito rapidamente, e sobretudo de uma forma amigável, ao meu apelo”, disse
As autoridades do Cazaquistão anunciaram hoje que mataram 26 pessoas no que apelidam de operação “antiterrorista” que estão a realizar principalmente na cidade de Almaty.
Segundo o Ministério do Interior, mais de 3.000 alegados “criminosos” foram detidos e 18 pessoas “armadas” foram feridas.
As autoridades reconheceram anteriormente a morte de pelo menos 18 agentes, dois dos quais foram encontrados decapitados, de acordo com a versão oficial.
“Shal Ket!” — Velho, vai-te embora!”
“Shal Ket!” ou, em português, “vai-te embora, velho!” tornou-se o principal slogan dos protestos no Cazaquistão.
A maior cidade do Cazaquistão, Alma-Ata, foi ontem palco da terceira noite consecutiva de violentos protestos, que terminou com dezenas de mortos. Kassym-Jomart Tokayev, Presidente do Cazaquistão, afastou Nursultan Nazarbayev, o primeiro chefe de Estado do país, do cargo.
“Estas são as maiores manifestações de sempre dos últimos 35 anos no país”, disse Luca Anceschi, professor de Estudos Euroasiáticos na Universidade de Glasgow, em declarações ao Observador.
E o que explica a revolta do povo cazaque? “A pobreza e a enorme desigualdade são as principais razões. Há pessoas que não conseguem pagar as contas mais básicas e depois veem a corrupção nas elites. Portanto o descontentamento sócio-económico já lá estava”, explica ao jornal online Diana Kudaibergenova, socióloga da Universidade de Cambridge especializada no nacionalismo cazaque.
O afastamento de Nazarbayev, segundo Kudaibergenova, é “significativo”, uma vez que este é um “cargo que lhe pertencia até à morte”.
“É muito cedo para perceber o que significa isso para o futuro do país. Mas o facto de os manifestantes terem derrubado uma estátua de Nazarbayev, num país onde ele se assumia como uma espécie de figura paternal, é simbólico”, explicou, por sua vez, Anceschi, ao Observador.
More footage of fighting from Almaty. Authorities claim dozens of protesters were “liquidated” after attempting to storm govt buildings overnight. 13 law enforcement personnel have been reported dead. pic.twitter.com/5V7nqVjQBF
— Bryan MacDonald (@27khv) January 6, 2022
A conta está mal feita. 0,12 para 120 é uma diferença de casa decimal, não do dobro.
Caro leitor,
Conforme consta no texto:
“de 60 tengues por litro (0,12 euros) para o dobro, 120 tengues (0,24 euros).”
A diferença é de 60 para 120, ou de 0,12 para 0,24.
Putin já deu o seu aval para as mortes e mandou soldados para prevenir alguma reacção mais forte. Assim temos este discurso. A europa no seu quintal é pelos direitos humanos mas pouco mais faz que condenar fora dele. Continua a negociar e ter ter fortes relações económicas com paises como a Russia e a China que não respeita a democracia nem os valores europeus. Era mais que tempo de nos afastarmos económicamente desses paises.
Segundo diz a noticia…..muita corrupção e muito dinheiro concentrado só em alguns. de certeza que o presidente daquele país está do lado desses alguns.
É assim a “democracia” comunista
Mais uma marioneta do Putin…
Sem as correspondentes averiguações sérias, as especulações de nada servem, no entanto e face aos acontecimentos comprovados ultimamente relativos às constantes provocações e deslocações de material bélico sofisticado da NATO e seus aliados ocidentais para junto da fronteira com a Rússia, do apoio incontestável ao regime pró nazi da Ucrânia, das ingerências, invasões e morte de muitos milhares de cidadãos inocentes, em países soberanos, da destruição de património mundial, das sanções económicas, do cerco à China como rival privilegiado dos Estados Unidos, dos exemplos do Iraque, Líbia, Afeganistão, Síria, Iémen, Sudão, tudo isto leva a pensar estarmos perante mais uma tentativa de desestabilização duma zona crucial.
Para melhor sucesso na chacina pediu auxílio militar aos russos, aposto que os nossos partidos sobretudo de extrema-esquerda devem estar a aplaudir a ideia!