A sobrecarga, a incompetência da tripulação e obras de redimensionamento ilegais levaram ao desastre do ‘ferry’ sul-coreano Sewol em abril, que causou mais de 300 mortes, na maioria estudantes, segundo um relatório divulgado hoje pela procuradoria.
O relatório adianta que a inadequada resposta inicial dos guarda-costeiros também explica o pesado balanço do naufrágio, ao largo da ponta sul da península coreana.
De acordo com os resultados de cinco meses de investigação, o navio estava sobrecarregado e não tinha lastro suficiente para o seu equilíbrio.
Na altura do desastre, o ‘ferry’ transportava 3.606 toneladas de carga e de veículos, três vezes o máximo recomendado, e a construção em 2012 de mais cabinas prejudicou a estabilidade do navio.
Confrontada com uma forte corrente, a tripulação quis mudar o rumo do navio bruscamente.
A “incompetência do timoneiro” levou a que a carga se concentrasse num dos lados do navio e que este naufragasse. “O capitão não estava na sala de controlo e deixou o timoneiro no leme. A sua negligência é parcialmente responsável” pelo naufrágio, refere o relatório.
O julgamento da tripulação iniciou-se a 10 de junho em Gwangju, a 265 quilómetros a sul de Seul.
O capitão do Sewol, Lee Joon-Seok, que deve falar pela primeira vez sobre o desastre na terça-feira, e três oficiais acusados de homicídio por negligência arriscam a pena de morte.
Os outros 11 tripulantes sobreviventes — alguns morreram afogados — respondem por acusações menos pesadas.
Além de terem abandonado o ‘ferry’ com centenas de pessoas a bordo, a tripulação é acusada de ter ordenado aos passageiros que não saíssem dos seus lugares, mesmo quando o navio já se estava a afundar.
/Lusa
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