Um novo estudo concluiu que os sismos emitem as suas ondas de choque mais fortes em quatro direções opostas. A descoberta poderia mudar a forma como os cientistas encaram os potenciais danos dos terramotos.
Os sismos libertam uma “trovoada” de energia sísmica a muitas frequências, mas o tremor de terra real que as pessoas sentem varia entre 1 hertz e 20 hertz.
Este novo estudo descobriu que a energia de baixa frequência – cerca de 1 a 10 hertz – é disparada da falha em quatro direções, mas mal é registada fora do padrão do “trevo de quatro folhas”.
Isto significa que este padrão sísmico espalha ondas de choque de frequências de menos de 10 hertz, um nível de vibração ao qual muitos edifícios e estruturas são particularmente vulneráveis.
Pelo contrário, o padrão não foi encontrado nas ondas de maior frequência. Ao contrário destas, as ondas sísmicas de baixa frequência podem contornar rochas partidas encontradas em falhas sísmicas, em vez de serem refletidas e dispersas em muitas direções diferentes.
Estas novas conclusões podem tornar mais precisas as avaliações e a modelação de sismos.
Nesta investigação, a equipa de geólogos usou dados do LArge-n Seismic Survey (LASSO), em Oklahoma, uma das mais densas matrizes sísmicas do planeta, composta por 1.829 sensores sísmicos numa área de apenas 25 por 32 quilómetros.
Os cientistas mediram os dados das ondas P de 24 pequenos terramotos, num período de 28 dias, em 2016.
Os sismos registados pela matriz LASSO eram relativamente pequenos – pouco percetíveis para os sensores –, mas os especialistas acham que os mesmos padrões podem ser repetidos por terramotos mais fortes.
O passo seguinte é pôr essa suspeita à prova.
O artigo científico foi publicado na Geophysical Research Letters.