Decisão foi comunicada ao diretor do CHULN, que considera ainda haver possibilidade de reverter a situação.
Os dez chefes de equipa de urgência de cirurgia central do Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa ameaçaram demitir-se das suas funções a partir de dia 22 de novembro, em solidariedade com os médicos assistentes, os quais se recusam a fazer mais horas extraordinárias para além do limite anual estabelecido pela lei.
Os médicos falam numa “degradação do serviço”, o que terá acontecido na sequência da “tomada de posição dos assistentes hospitalares do departamento que recusam ultrapassar, nas atuais condições de trabalho, mais do que as horas extraordinárias consideradas na lei”. De acordo com os clínicos, isto faz com que a escala de urgência de cirurgia geral não seja “exequível”.
A decisão, tal como consta na carta entregue ao diretor clínico do CHULN – ao qual pertence o hospital de Santa Maria –, entrará em vigor a 22 de Novembro, mas até lá o centro hospitalar acredita haver condições para resolver a questão, nomeadamente através das reuniões que já tem agendadas para a próxima semana com os médicos em questão. A direção diz ainda que terá “total abertura e empenho” para melhorar “as questões identificadas”.
Segundo o centro hospitalar, estas equipas mantêm-se em funções e “o Serviço de Urgência Central do CHULN continua a funcionar com toda a normalidade, cumprindo o seu papel de unidade diferenciada de fim de linha”.
Numa reação ao anúncio, Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, salientou que “a falta de investimento que ocorre neste momento no Serviço Nacional de Saúde faz com que não haja condições para disponibilidade de bloco”, além de falta de anestesistas e dos “próprios materiais” devido aos “atrasos que são conhecidos de pagamentos para este tipo de produtos”.
Este hospital passam a vida nisto, já parece mais um Órgão Político Partidário que um hospital, não será mesmo?