A lei que validou o golo que deu a vitória à França na Liga das Nações surpreendeu o próprio seleccionador francês.
Kylian Mbappé apontou o golo decisivo na final da Liga das Nações. O jogo entre Espanha e França estava empatado a uma bola quando, a 10 minutos do final, o avançado francês apareceu isolado e marcou.
As repetições mostraram que o jogador estava em fora-de-jogo no momento do passe de Theo Hernández mas, mesmo assim, e após revisão do vídeo-árbitro, o golo foi confirmado, perante a surpresa dos espanhóis (e não só).
No entanto, o golo foi validado por causa de uma regra que indica que, caso um adversário toque na bola propositadamente, com o objectivo de cortar a jogada, o fora-de-jogo é anulado e o jogo prossegue.
Foi o que aconteceu. Eric García tentou evitar que a bola chegasse a Mbappé, tocou na bola e, por isso, o golo foi confirmado.
Eric García foi um dos espanhóis que demonstraram a sua desilusão, depois do jogo: “O árbitro disse-me que tenho intenção de jogar a bola. Essa é a regra. É uma jogada em que há claramente fora-de-jogo, em que um defesa nunca na vida se pode escusar de disputar a bola“.
A curiosidade é que o próprio seleccionador da França não sabia que existia esta regra: “Quem conhece bem a regra… É que só vimos depois. Não conhecia esta regra”, admitiu Didier Deschamps a um programa do canal Mega.
Jan Vertonghen, defesa-central do Benfica, esteve fora da final (a Bélgica perdeu nas meias-finais precisamente diante da França) mas também já comentou o assunto: “É a pior regra no futebol! Acabem com isto, por favor…”.
Esta não foi a única jogada que originou muitos protestos do lado espanhol: perto da meia hora, Koundé tinha tocado com o braço (que estava atrás das costas) na bola, dentro da área francesa, mas não houve grande penalidade.
Só nos últimos anos, esta foi a terceira vez em que um jogo decisivo envolvendo a França ficou marcado por uma decisão polémica da equipa de arbitragem, sempre favorável aos franceses: a mão de Abel Xavier na meia-final do Europeu 2000 e a mão de Thierry Henry no apuramento para o Mundial 2010 foram os outros exemplos mais mediáticos.