Ronald Koeman tem os dias contados no Barcelona. Esta é a certeza que passa por toda a imprensa desportiva espanhola, mesmo depois do voto de confiança do presidente do clube, Joan Laporta – até porque isso, no futebol, é, muitas vezes, um indicador de que o treinador já foi despedido.
O Barcelona continua a viver dias difíceis que foram agravados pela derrota por 3-0 no Estádio da Luz, diante do Benfica, em jogo da Liga dos Campeões.
A partida ficou marcada pela tensão no balneário, onde até houve uma discussão acalorada entre Ronald Koeman e “uma das vacas sagradas” do Barcelona, segundo o jornal espanhol Sport.
Ao intervalo do jogo, numa altura em que o Benfica já vencia por 1-0, o treinador terá discutido com Gerard Piqué.
O jogador não gostou de ser substituído, depois de ter visto um cartão amarelo, e terá tido uma troca de palavras acalorada com Koeman no balneário, de acordo com o referido jornal.
A publicação refere ainda que a equipa do Barça “não trabalhou” o sistema de três centrais para a Luz e que “não conhecia o plano de Koeman” para o jogo com o Benfica.
O Barcelona revelou “grandes carências a nível de automatismos defensivos”, repara o Sport, frisando que o presidente do clube, Joan Laporta, não gostou da aposta numa táctica com três centrais.
Mas a táctica surpreendeu até a própria equipa que só ficou a saber que ia jogar nesse sistema no dia do jogo, sem o ter trabalhado antes do desafio com o Benfica, atesta o Sport.
Laporta dá voto de “confiança”, mas pede vitórias
Na véspera do jogo deste sábado contra o Atlético de Madrid, no Wanda Metropolitan, Laporta deu um voto de confiança público a Koeman, garantindo que “continuará a ser o treinador do Barça”.
“Merece margem de confiança por muitas razões, é barcelonista, uma referência no mundo do barcelonismo. Continuará e merece uma margem de confiança”, apontou o presidente do clube catalão.
“O Koeman quer o Barça e decidiu vir num momento de máxima dificuldade institucional e desportiva. Depois de falar com ele, vejo que confia nesta equipa, sobretudo a partir do momento em que se comecem a recuperar os lesionados, a partir daí teremos mais margem”, salientou ainda Laporta.
O dirigente também pediu paciência aos adeptos até que a equipa volte a reencontrar o caminho das “vitórias e o bom jogo, seguro”.
Após a partida na Luz, surgiram rumores de que Laporta e Koeman já nem se falavam, mas o presidente negou essa “relação fria” e distante.
“É uma relação boa e sincera, ele é boa pessoa e creio que pensa o mesmo de mim, e estamos a tentar entre todos que isto dê uma volta para melhor“, culminou, colocando em Koeman a pressão para melhorar os dias do Barcelona.
Pirlo e Xavi na corrida pelo lugar de Koeman
Apesar deste voto de confiança, a imprensa desportiva dá a saída de Koeman como certa, mais tarde, ou mais cedo.
O Sport aponta que “nem um bom resultado” diante do Atlético de Madrid, neste sábado, deixará Laporta manter Koeman no banco.
O presidente do Barcelona deverá aproveitar a pausa nos jogos de clubes, para os desafios das Selecções, para acertar a contratação de um novo treinador, segundo o mesmo Sport.
Entre os candidatos, o desportivo espanhol coloca Andrea Pirlo, ex-treinador da Juventus que está sem equipa nesta altura, e Xavi Hernández, ex-jogador do Barça que treina o Al-Sadd, como fortes hipóteses.
Mas na lista está ainda Joachim Low, ex-seleccionador da Alemanha que está, neste momento, sem equipa.
Nomes que surgem como possibilidades mais remotas são Erik ten Hag que está a fazer uma grande campanha europeia com o Ajax, Jürgen Klopp (Liverpool) e Thomas Tuchel (Chelsea). Estes dois últimos nomes serão quase “inacessíveis”, até porque têm contratos até 2024, como vinca o Sport.
Robert Martínez (Selecção da Bélgica) e Marcelo Gallardo (River Plate) estarão fora da corrida depois de ambos terem assumido, publicamente, que não colocam a hipótese de deixar os seus actuais projectos.