Embora o problema já se tenha começado a sentir em julho, na última semana deixou de atingir apenas as zonas industriais para se estender aos bairros residenciais. A população foi desaconselhada a não usar dispositivos com elevado consumo nas horas de maior procura.
A falta de energia na região nordeste da China está a deixar casas sem eletricidade e a ditar a paragem de inúmeras fábricas. A situação está a atingir dimensões tais que alguns estabelecimentos estão a funcionar com recurso à luz das velas, o que está a contribuir para aumentar as consequências económicas do problema – agravado, em termos sociais, pelo facto de as temperaturas começarem a baixar para os valores típicos do outono naquela região, ou seja, muito baixos.
Desde a última semana, a distribuição de energia tem vindo a ser racionada nas horas de maior procura, com a população — que recorre às redes sociais para apelar ao Governo que resolva a situação — a queixar-se de que os cortes estão a acontecer com mais frequência e a durar mais tempo.
A Administração Nacional de Energia já ordenou às empresas de distribuição de carvão e gás natural que assegurem a distribuição de energia suficiente para manter as casas quentes durante o inverno.
Na origem desta crise pode estar, aponta o The Guardian, o limitado fornecimento de carvão e as regras mais restritivas das emissões de carbono, o que poderá prejudicar a componente produtiva das indústrias de várias regiões e constituir, em último caso, um risco para as cadeias de abastecimento globais – numa altura em que o mundo ainda se depara com a falta de microcomponentes necessários para a produção de dispositivos eletrónicos (em Portugal, a AutoEuorpa é o exemplo mais relevante).
As empresas chinesas com fábricas nas regiões mais afetadas foram quase obrigadas, nos últimos dias, a suspender as produções, de forma a não ultrapassarem os limites impostos pelo Governo estatal que visavam promover a eficiência.
No entanto, economistas e grupos ambientes acreditam que as fábricas já terão ultrapassado os valores estabelecidos para a totalidade do ano de 2021, como resultado da maior procura causada pela paragem a que a pandemia obrigou. No horizonte perspetivam-se também meses complicados face à proximidade do Natal.
A Apple, por exemplo, também deverá ser prejudicada, com a sua empresa fornecedora de componentes Eson Precision Engineering a anunciar, no domingo, que iria reduzir a atividade da fábrica em Kunshan, na zona oeste de Shanghai, até quinta-feira, “em linha com as “políticas restritivas do uso de energia impostas pelo governo local”.
A empresa esclareceu que a decisão não deverá ter um “impacto significativo” nas operações, ao passo que a Apple optou, até ao momento, por não comentar.
Para além das consequências económicas e sociais, a situação já teve impactos de índole humanitária. Na cidade de Liaoyang, 23 trabalhadores de uma fábrica foram hospitalizados depois de o sistema de ventilação do complexo ter sido desligado após um corte de energia.
Na mesma cidade, há ainda relatos que reportam o declínio da situação desde julho até que na última semana terá atingido um nível severo — com os cortes a expandirem-se desde as zonas industriais para as residenciais.
Em Huludao, os responsáveis locais pediram aos residentes que não usassem dispositivos eletrónicos com grande consumo de energia associado, tais como esquentadores ou micro-ondas, durante as horas de maior procura. A agência Reuters noticiou recentemente que muitos centros comerciais estão também a reduzir o horário de funcionamento.
A crise energética está, assim, a agravar-se num momento-chave em que a economia chinesa está, num contexto pós-pandemia, a dar sinais de abrandamento. Paralelamente, o país depara-se atualmente com uma enorme incerteza relacionada com o futuro da Evergrade, a segunda maior empresa imobiliária do país.
Internacionalmente, a China comprometeu-se com uma redução de 30% na intensidade da sua energia. Algumas autoridades regionais, nos últimos meses, a redobrarem os esforços tendo em vista a redução da emissão dos gases com efeito de estufa, uma vez que apenas dez das 30 regiões conseguiram atingir os objetivos estabelecidos nesta área na primeira metade do ano.
Não terá a ver com a “fantástica” arma que criaram e que está em ensaios?
Depois de c-vid falta a cereja, ou o escaravelho no topo do bolo :/
Chineses a mais, é aí que está o problema e o planeta não vai suportar tudo, quanto à nossa dependência deles, é a prova mais do que evidente de que a globalização pôs-nos dependentes dos chineses e seus vizinhos, nisto temos a agradecer aos nossos políticos europeus!
Políticos e empresários/grandes grupos económicos que, com a ganância do lucro acima de tudo, se “venderam” aos chineses!..