O Atlético Mogi não vence qualquer jogo oficial há mais de quatro anos. Perdeu em 42 desses 44 duelos.
17 de Junho de 2017 foi o último dia em que o Atlético Mogi venceu um jogo de futebol. Desde aí, nunca mais ganhou.
Já passaram mais de quatro anos, os paulistas já entraram em campo 44 vezes mas nunca conseguiram vencer: empataram duas vezes e perderam em 42 partidas. O último empate foi em 2019; os 25 compromissos seguintes terminaram com derrota.
Marcou 18 golos e sofreu…155. Entre as imensas derrotas (as mais recentes por margem curta) também estão goleadas por 9-0, 6-0 e 5-0.
O último desaire aconteceu nesta quarta-feira, diante do Manthiqueira, perdendo em casa por 4-2, num dos jogos da sétima jornada do Grupo 5 da segunda divisão sub-23 do Campeonato Paulista (equivalente à quarta divisão).
O Atlético Mogi está sediado em Mogi das Cruzes, no Brasil, e é um clube recente – foi fundado em 2004.
O treinador da equipa falou ao Globoesporte e elogiou os jovens que tem à sua disposição: “Dizem que é a pior equipa do mundo mas no dia a dia os meninos são guerreiros, chegam cedo para treinar, entram em comboios cheios, às vezes nem conseguem comer direito. Porque todos estão aqui à procura de um sonho“.
“O Atlético é um clube como vários outros pequenos no Brasil. Falta estrutura, faltam patrocinadores que acreditem no trabalho”, lamentou Anderson Pereira da Silva.
De facto, o clube não tem patrocinadores. O equipamento apresenta uma empresa – mas o presidente do clube é um dos sócios dessa empresa.
Em relação à estrutura, os futebolistas não recebem salários. Não há alojamento, não há centro de treinos; e alguns jogadores têm de viajar muitos quilómetros para chegar aos treinos. Acordar às 6h da manhã, entrar num autocarro, depois num metro, depois num comboio, e nove horas depois conseguir regressar a casa: é a rotina do guarda-redes Gabriel.
Dificuldades que ultrapassam porque sabem que a segunda divisão sub-23 do Campeonato Paulista é seguida por muitos olheiros. Gabriel afirmou que a visibilidade desta divisão secundária do Estado de São Paulo “é maior do que muitas das primeiras divisões de alguns estaduais”.
Massagista? Não existe. Preparador físico? Também não. E o treinador Anderson Pereira da Silva trata também da documentação e dos contactos com a Federação Paulista de Futebol.
E, apesar das 42 derrotas: “Eu não estou preocupado com estatísticas”, assegurou o presidente Roberto Costa.