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Milhares de pessoas nas ruas de Barcelona pela independência da Catalunha

Milhares de pessoas participam hoje na manifestação pela independência da Catalunha, em Barcelona, que marca o regresso das mobilizações de rua interrompidas em 2020 pela pandemia, embora com menor afluência do que nos anos anteriores.

A manifestação teve início pouco depois das 17:00 locais, sob o lema “Vamos lutar e conquistar a independência“, na praça Urquinaona, para comemorar o Dia da Catalunha, conhecido por “Diada”.

Conforme noticia a agência EFE, os movimentos independentistas fretaram mais de 200 autocarros para levar manifestantes a Barcelona, capital da Catalunha, onde está também o presidente regional catalão, o separatista moderado, Pere Aragonès.

Entre os manifestantes, a maioria com máscaras faciais, devido à pandemia de covid-19, é possível ver cartazes com ‘slogans’ como “Queremos independência agora“, ou “Governo, cumpra o seu compromisso: independência total”.

Por volta das 18:30 locais, começam os discursos dos presidentes das três entidades pró-independência: Jordi Gaseni (Associação dos Municípios pela Independência), Jordi Cuixart (Òmnium Cultural) e Elisenda Paluzie (ANC).

As tensões entre independentistas e o Governo central voltaram a subir esta semana com o anúncio surpresa feito por Madrid, na quarta-feira, de que suspendia um projeto controverso de expansão do aeroporto de Barcelona, devido à “perda de confiança” no governo regional separatista.

O projeto, denunciado por ambientalistas e envolvendo um investimento de 1,7 mil milhões de euros, tinha sido objeto de um acordo no início de agosto entre as duas partes.

O governo mostrou que não tem qualquer desejo de diálogo“, disse na quinta-feira Pere Aragonès, que foi eleito para o cargo em maio.

Esta nova frente no conflito entre Madrid e Barcelona foi iniciada dois dias antes da “Diada”, que se tornou palco de grandes manifestações pró-independência durante a última década, e, sobretudo, uma semana antes do reinício previsto das negociações para encontrar uma solução para a crise catalã.

O Dia da Catalunha (“Diada”) assinala a conquista de Barcelona pelo rei de Espanha Filipe V em 1714, depois de um cerco de 14 meses, mas o dia tem sido utilizado nos últimos anos para defender a causa da independência, com imagens, que passam em televisões de todo o mundo, de uma concentração ordeira e de grandes dimensões.

Marta Perez / EFE / EPA

A última concentração, em 2020, não teve a mesma importância da de anos anteriores, devido às medidas em vigor de luta contra a covid-19. A “Diada” de 2020 foi marcada também por vários atos de vandalismo que afetaram sobretudo a circulação ferroviária na Catalunha.

O ex-presidente catalão Carles Puigdemont, que está fugido à Justiça espanhola, defendeu na quinta-feira, nas celebrações da “Diada” em Bruxelas, organizadas pela delegação do Governo regional junto da União Europeia, o direito dos catalães a “serem independentes a fim de preservar a [sua] nação”.

No entanto, o contexto mudou radicalmente desde a tentativa falhada de independência feita em outubro de 2017.

A principal exigência do movimento pró-independência é a realização de um referendo sobre a autodeterminação da Catalunha, que tem uma população de 7,8 milhões de habitantes num total de cerca de 47,4 milhões em Espanha.

// Lusa

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