Em março, uma funcionária do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), encontrou-se em Lisboa com Ammar Ameen, detido por suspeitas de ter integrado o Daesh no Iraque. Esta conduta, “fora e distante de qualquer instalação do SEF, não se enquadra nos procedimentos regulamentares daquela entidade pública”.
Como relatou o Expresso, durante o encontro, monitorizado pela Polícia Judiciária (PJ), Catarina C. entregou a Ammar a renovação da Autorização de Residência Provisória (ARP), à revelia do SEF. O homem assinou e devolveu-lhe os documentos. A autorização havia expirado a 27 de fevereiro de 2021.
Ammar foi detido na semana passada com o irmão, Yasir Ameen. Chegaram a Portugal em 2017, vindos da Grécia, no programa de reinstalação de refugiados da União Europeia.
A conduta de Catarina C., “praticada fora e distante de qualquer instalação do SEF, não se enquadra nos procedimentos regulamentares daquela entidade pública”, refere o documento da investigação, a que o Expresso teve acesso.
Nas buscas ao quarto de Ammar, foi encontrado um desses documentos com a assinatura de Catarina C., constituída arguida no caso. Buscas no SEF permitiu à PJ encontrar o registo de renovação da ARP a 02 de março, três dias antes do encontro. Este foi facilitado por Ana F., namorada de Ammar, não constituída arguida no caso.