O INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica atendeu este ano mais de 200 “falsas emergências” por dia, devido à perceção incorreta da gravidade.
De acordo com o Jornal de Notícias, o INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica atendeu 52.541 “falsas emergências” nos centros de orientação de doentes urgentes (CODU) nos primeiros sete meses de 2021.
Em média, foram recebidas 247 chamadas por dia que não constituíam uma situação de emergência médica, sendo depois reencaminhadas para a linha SNS24.
“No último ano, tivemos um valor maior [de falsas emergências], porque houve uma alteração dos algoritmos relacionados com a covid-19, sobretudo na fase inicial de contingência”, explica António Táboas, responsável pelos CODU do INEM.
Isto porque, quando surgiram os primeiros casos de covid-19 em Portugal, muitos utentes com sintomas como febre ou dores no corpo, ligavam para o 112.
Os números estão a normalizar, mas, até 31 de julho, as ditas “falsas emergências” representavam 6,9% do total de chamadas recebidas nos CODU, desde o início do ano.
As chamadas para situações não urgentes deveriam ser cada vez menos, uma vez que “ocupam linhas de emergência e não carecem do envio de ambulância”.
Apesar do apelo à responsabilidade, há utentes que “não sabem a quem pedir ajuda” e consideram que a situação é grave o suficiente para ligar para o número de emergência. António Táboas refere que existem “casos pontuais” de pessoas a contactar para ter “uma ambulância para ir a uma consulta programada no hospital”.