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Ossos das vítimas do Vesúvio revelam dieta dos romanos antes da erupção

Pompeii Sites / Facebook

Restos mortais de jovens que fugiam da erupção do Monte Vesúvio na antiga Pompeia.

Uma equipa de cientistas da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, em colaboração com os sítios arqueológicos de Herculano e Pompeia, e do Museu da Civilização Romana, em Itália, revelou como era a dieta dos romanos antes da erupção do Vesúvio, em 79 d.C..

O calor abominável dos fluxos expelidos do Monte Vesúvio matou os habitantes da cidade de Herculano em 79 d.C.. Apesar de nada restar dos seus sistemas digestivos, os cientistas conseguiram descobrir as dietas desses romanos antigos.

A equipa da universidade norte-americana analisou os isótopos de carbono e de nitrogénio presentes no colagénio ósseo e descobriu, entre outros detalhes, que os homens comiam cerca de 50% mais frutos do mar do que as mulheres, que obtinham a maior parte das suas proteínas de fontes terrestres: animais, frutas e vegetais.

A arqueóloga Silvia Soncin disse, citada pelo Gizmodo, que já se sabia que os homens em Herculano tinham mais acesso a peixes do que as mulheres, uma vez que pescavam e ocupavam a posição mais privilegiada da sociedade.

“Não sabemos se estes resultados são específicos para Herculano e para a Baía de Nápoles ou se podem ser aplicados à dieta romana em geral”, afirmou. “No entanto, sugerem que a dieta romana pode ser diferente do que se pensava.”

Até agora, os cientistas estavam convencidos de que a dieta romana se baseava em cereais e produtos vegetais e muito pouco em produtos animais e peixes. Contudo, este estudo mostra uma “contribuição significativa de proteínas e calorias de animais terrestres e peixes marinhos, este último muito superior ao consumido pelas populações do Mediterrâneo no século XX”.

O artigo científico foi publicado a 25 de agosto na Science Advances.

Os esqueletos de 300 habitantes da cidade costeira de Herculano foram descobertos na década de 1980, depois de terem sido mortos por uma maré de material vulcânico fervente enquanto esperavam para serem salvos. Os historiadores sugerem que os indivíduos estavam perto de serem resgatados por uma missão encomendada por Plínio, o comandante da frota naval local.

Em maio, Francesco Sirano, diretor do sítio arqueológico de Herculano, disse que pode ter uma prova definitiva disso. O barco carbonizado encontrado na cidade pode provar que a missão de resgate de Plínio estava perto de salvar a população da maré de material vulcânico fervente.

ZAP //

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