Um estudo da Universidade do Minho (UMinho), que envolveu cerca de 500 pessoas, concluiu que uma em cada quatro pessoas casadas já “traiu” o parceiro e que os homens são quem mais o faz, embora 95% dos entrevistados condenem relações extraconjugais.
Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, a UMinho adiantou ainda que cerca de metade dos participantes já tinha sido traída “pelo menos uma vez” em relações anteriores.
No estudo revelado, “Infidelidade: A sua influência no desejo sexual, na qualidade do relacionamento e na atratividade”, a investigadora Joana Arantes, concluiu ainda que quem já teve “pelo menos” um caso extraconjugal considera que a “qualidade” do atual relacionamento “é mais baixa” e atribuiu “maior importância” a fatores como a atratividade física.
“Apesar da quase totalidade das pessoas condenar a infidelidade, 26% já traiu o companheiro pelo menos uma vez”, explica o referido comunicado.
No entanto, sublinha Joana Arantes, “existe uma grande disparidade, uma inconsistência, entre o que as pessoas pensam acerca da infidelidade e o que realmente fazem“.
Isto porque, “mais de 95% das pessoas entrevistadas não concordaram com a existência de relacionamentos extraconjugais“, aponta o texto.
“Esta perceção é partilhada pela grande maioria, mas nem sempre tem reflexo nos comportamentos adotados. Os resultados mostram que um em cada quatro já traiu, apesar de se condenar este tipo de ação”, reforça a coordenadora do Grupo de Investigação em Psicologia Evolutiva da UMinho.
Segundo aquele estudo “os homens (39%) tendem a trair mais do que as mulheres (20%) e cerca de metade dos participantes já tinha sido traída pelo menos uma vez em relações anteriores”.
Joana Arantes tentou ainda compreender de que forma a traição pode afetar relações futuras concluindo que “as pessoas que já tinham tido pelo menos um caso extraconjugal consideraram que a qualidade do relacionamento atual é mais baixa, atribuíram uma maior importância à atratividade física do parceiro e sentiram mais desejo sexual quando comparadas com aquelas que referiram nunca terem sido infiéis“.
A investigadora concluiu ainda que “normalmente, os homens reportam, por um lado, níveis mais baixos de qualidade de relacionamento e, por outro lado, níveis mais elevados no que diz respeito à infidelidade, ao desejo sexual e à importância atribuída à atratividade física do parceiro”.
Joana Arantes, de 32 anos, é licenciada em Psicologia e doutoramento em Psicologia Experimental e Ciências Cognitivas na UMinho e professora convidada da Escola de Psicologia da academia minhota sendo bolseira de pós-doutoramento, investigadora auxiliar da Universidade de Canterbury (Nova Zelândia) e membro de várias associações, como a Associação Portuguesa de Psicologia Experimental e a Associação Neozelandesa de Análise do Comportamento.
A investigadora fundou há dois anos o Grupo de Investigação em Psicologia Evolutiva da UMinho, que visa analisar os relacionamentos amorosos e a atração interpessoal de acordo com uma perspetiva evolutiva.
/Lusa
Quer-me parecer que, pela forma como a notícia é transmitida, existe a tentativa de impressionar o leitor.
Que tal considerar que “74% dos inquiridos diz nunca ter traído o respectivo companheiro”?
Só para lançar a discussão de um outro ponto de vista.