Polémica iniciou-se depois de velocista ter denunciado a inscrição do seu nome na estafeta de 4x400m sem o seu conhecimento, o que terá acontecido, segundo a própria, por as restantes atletas bielorrussas não terem viajado para Tóquio por falta de testes anti-doping negativos.
A bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya está neste momento sob proteção da polícia japonesa e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados depois de ter sido levada para o aeroporto de Tóquio contra a sua vontade, avançou o Comité Olímpico Internacional (COI).
A atleta de 24 anos enfrentava ordens de um regresso forçado ao seu país, depois ter criticado publicamente a decisão dos seus treinadores em incluí-la indevidamente em provas e de os ter acusado de negligência.
A localização atual da velocista não é conhecida, com informações contraditórias a serem avançadas por diferentes órgãos de comunicação internacionais. Segundo o COI, que diz estar em contacto com a atleta, Tsimanouskaya passou a noite de domingo para segunda num hotel do aeroporto de Haneda.
“Falamos com ela ontem à noite e esta manhã e ela sente-se segura. A nossa principal prioridade é tomar conta dela e é isso que estamos a fazer”, revelou Mark Adams, assessor do COI, citado pelo The Guardian.
“Durante a noite ela foi à esquadra da polícia com alguém da organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Também sabemos que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados está envolvido e a polícia está a par do assunto”, adiantou o responsável.
Questionado sobre possíveis tentativas de “rapto“, Adams transferiu o assunto para a esfera policial. “A atleta falou com a polícia no aeroporto. Se há matéria criminal, é preciso que se investigue, mas esse é um assunto para as forças policiais“.
Mark Adams deixou ainda um apelo ao Comité Olímpico da Bielorrússia (COB). “Passaram-se 12 horas desde o incidente, por isso precisamos de ter mais detalhes. Solicitamos um relatório ao COB, mas já tomamos ações contra eles no passado”, alertou.
A Sky News noticia esta manhã que a atleta está na embaixada polaca em Tóquio, depois de a Polónia e a República Checa já lhe terem oferecido asilo. Segundo o jornal francês Le Monde, o número dois do Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco, Marcin Przydacz, fez saber no Twitter que Tsimanouskaya dispunha de um “visto humanitário e a liberdade para prosseguir a sua carreira desportiva” naquele país.
Atitude semelhante foi adotada pela República Checa, que através do seu máximo representante diplomático, Jakub Kulhanek, fez saber que a embaixada checa em Tóquio estava pronta a ajudar a velocista a pedir um visto que lhe permite posteriormente solicitar “proteção internacional”.
Krystsina Tsimanouskaya competiu na última sexta-feira nos 100 metros, tendo nova prova agendada para esta segunda-feira, os 200 metros, e a estafeta 4×400 marcada para 7 de agosto.
Este evento foi, de resto, o que fez estalar a polémica entre a atleta e a respetiva equipa técnica, depois de a corredora ter acusado os treinadores de inscreverem o seu nome para a estafeta sem o seu conhecimento porque, segundo a própria, várias colegas foram afastadas por não terem sido apresentados os testes anti-doping suficientes.
“O treinador incluiu-me nos 4x400m sem o meu conhecimento. Falei sobre isto publicamente e o treinador comunicou-me que fora excluída por ordem superior”, afirmou. Posteriormente, a atleta usou a sua conta na rede social Instagram para expressar a sua revolta face ao sucedido.
❗️Tsimanouskaya recorded an appeal to the IOC: “I am asking the International Olympic Committee for help, I have been pressured and they are trying to take me out of the country without my consent, so I am asking the IOC to intervene.” pic.twitter.com/rKdzYeKM0W
— Tadeusz Giczan (@TadeuszGiczan) August 1, 2021
À Reuters, a atleta explicou que, depois das suas mostras de descontentamento no Instagram, o treinador a terá visitado no quarto da aldeia olímpica, ordenando-lhe que fizesse as malas para regressar a casa, tendo sido mesmo transportada até ao aeroporto por representantes da delegação bielorrussa.
Antes de ser levada, a velocista terá afirmado, via Telegram, à agência de notícias internacional que a exclusão da equipa bielorrussa terá acontecido precisamente por ter exposto publicamente a negligência dos treinadores. Nessa ocasião também terá dito que não regressaria à Bielorrússia. “Julgo que estou a salvo com a polícia”, afirmou.
A Reuters também contactou o Comité Olímpico da Rússia — embora sem sucesso —, que confirmaria, mais tarde, que a decisão de retirar a atleta dos Jogos Olímpicos estava sustentada com pareceres médicos que davam conta de alterações no estado emocional e psicológico de Tsimanouskaya.
Se tiver o azar de regressar à Bielorrússia não irá ter vida fácil!
Acho que não vai é ter vida nenhuma porque a fazem desaparecer.
Acabei agora de ler aqui no SAPO que foi encontrado morte mais um que era diretor de uma ONG de auxílio aos fugitivos do regime bielorrusso, segundo a polícia terá morrido por asfixia, se não fosse assim teria sido envenenado com a receita do Putin! É sempre a aviar!
Sempre pode pedir ajuda e proteção ao camarada Jerónimo