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Manuel Pinho diz que aceitar um cargo político “foi um erro enorme”

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José Sena Goulão / Lusa

O antigo Ministro da Economia Manuel Pinho

Quatro anos depois de ter sido constituído arguido no processo EDP, o ex-ministro da Economia esteve, na última sexta-feira, a ser interrogado no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

De acordo com o semanário Expresso, Manuel Pinho divulgou online a sua declaração inicial no interrogatório, tendo reafirmado que não favoreceu a EDP e mostrando-se arrependido de ter aceitado ser ministro.

O antigo responsável pela pasta da Economia, durante o primeiro Governo de José Sócrates, começa por lembrar que este inquérito começou em 2012 e que, portanto, vive há nove anos a saber estar a “ser alvo de uma investigação, com tudo o que tal implica”.

“Desde a sensação de poder estar sob escuta, os meus passos a serem seguidos, os meus movimentos financeiros escrutinados”, enumerou, considerando que durante estes nove anos tem vivido “uma situação de verdadeiro confinamento“.

“É fácil fazer as contas ao custo de eu não poder trabalhar, ou estar limitado a empregos precários durante anos a fio e ao custo dos honorários de advogados e dos pareceres jurídicos que tive de pedir. É muitíssimo mais do que qualquer estimativa que possam fazer de benefícios indevidos que jamais recebi”, pode ler-se.

No mesmo documento publicado na Internet, o ex-governante, que afirma que a sua vida profissional e as suas relações sociais “foram devastadas”, acrescenta que vai lançar um livro chamado “Confinado”.

Segundo o mesmo semanário, Pinho também criou um site para promover a sua defesa, no qual se lê que ter aceitado um cargo político “foi um erro enorme”.

“Além dos custos que eu e a minha família tivemos de suportar em termos financeiros (empobreci muito na política, ao contrário de enriquecer) e de exposição pública, posteriormente a minha vida nunca mais foi a mesma, tendo levado a um confinamento que já leva nove anos”, repete.

Na última sexta-feira, à saída do DCIAP, Pinho disse aos jornalistas que esteve “quatro anos sem saber de que era que suspeito” e “quais os factos que estavam a ser apurados”, cita o jornal online Observador.

Manuel Pinho foi constituído arguido no processo por suspeitas de ter recebido dinheiro para favorecer a EDP e o Grupo Espírito Santo.

O inquérito investiga os procedimentos relativos à introdução no setor elétrico dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) e tem vários arguidos, entre os quais os ex-presidentes da EDP e da EDP Renováveis, António Mexia e João Manso Neto, respetivamente.

ZAP //

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1 Comment

  1. Hipocrisia q.b. !!!
    O tribunal deveria sacar a este verme tudo o que lucrou.
    Foi uma das pessoas que mais prejudicou os consumidores portugueses.

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