Matemático Óscar Felgueiras considera que os festejos da conquista do título do Sporting, em maio, podem ter contribuído para a propagação da variante Delta pelo país.
“A variante Delta, embora já estivesse em circulação – as estimativas apontavam para os 5% –, não tinha a prevalência que tem ao dia de hoje e que teve no São João, onde já estava acima dos 50% no Norte. Nessa altura, em Lisboa, houve provavelmente um contributo para o aumento da prevalência variante Delta nesse fenómeno de supertransmissão”, disse ao jornal Público Óscar Felgueiras.
“O R(t) não foi tão acima como no Norte [no São João], mas favoreceu um aumento mais rápido da prevalência naquela região. E, por isso, tivemos durante duas semanas uma assimetria tão grande entre Lisboa e Vale do Tejo e o resto do país”, acrescentou o matemático.
“Houve um momento de supertransmissão de Lisboa e Vale do Tejo centrado no dia 12 de maio. Digo isso com base no R(t) da região. Teve um pico bem visível no dia 17 de maio, nesse dia esteve em 1,23. Como há um período de cinco dias de incubação, reflete que o dia 12 de maio é o momento de infeção. Estamos a falar ao dia a seguir ao jogo“, explicou ainda.
Ao analisar a evolução das variantes no país, o matutino constatou que os festejos do Sporting na capital coincidem com o momento em que a prevalência da variante Delta começa a ganhar peso em Portugal.
Agora, e tal como revelou na semana passada o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a variante Delta é a “mais prevalente em Portugal”, representando quase 90% dos recentes casos de covid-19 no país.
Tal como recorda o diário, esta segunda-feira acaba o prazo de 60 dias para a finalização do inquérito pedido pelo Ministério da Administração Interna (MAI) sobre a atuação das forças de segurança nestes festejos.
“Podem ter ajudado”…….Mas ….ainda há duvidas ??????…tanto este como outros méga agrupamentos, com total descontrolo, são a “boleia” por excelência para o precioso Covid !