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Direitos Humanos. UE quer boicotar Jogos Olímpicos de Inverno na China

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O apelo ao boicote representa mais uma escalada nas tensões entre a União Europeia e a China, depois das sanções entre os dois blocos.

O Parlamento Europeu aprovou esta quinta-feira uma resolução a apelar aos líderes europeus que rejeitassem os convites para ir aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, que se vão realizar em Pequim.

A resolução justifica a decisão com os abusos dos direitos humanos na China e apelou também a que os governos aplicassem mais sanções ao país e que oferecessem vistos de emergência a jornalistas de Hong Kong.

O texto, com 28 pontos, reforça que os representantes diplomáticos devem boicotar o evento “a não ser que o governo chinês mostre uma melhora verificável na situação dos direitos humanos em Hong Kong, na região uigur de Xinjiang, no Tibete, na Mongólia interior e em qualquer outra parte da China. Foi aprovado com 578 votos a favor, 29 contra e 73 abstenções.

“A promoção e o respeitos pelos direitos humanos, democracia e o Estado de Direito devem permanecer no centro da relação longa entre a União Europeia e a China, em linha com o compromisso da UE de garantir estes valores nas relações externas e a China expressou interesse em segui-las no seu próprio desenvolvimento e cooperação internacional”, pode ler-se no texto.

Os deputados condenam também “nos termos mais veementes o encerramento forçado do jornal Apple Daily, o congelamento contínuo dos seus bens e as detenções dos seus jornalistas, todas as medidas tomadas pela China para o desmantelamento da sociedade livre em Hong Kong e o fim da liberdade de imprensa”.

Em resposta a um outro apelo ao boicote do Partido Trabalhista do Reino Unido, o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês acusou os países de querer politizar os Jogos.

“A China opõem-se firmemente à politização do desporto e da interferência nos assuntos internos de outros países e usar os direitos humanos como pretexto“, afirma o porta-voz do Ministro, Wang Wenbin.

Caso este boicote vá em frente, pode ser mais um passo no aumento das tensões entre a UE e a China. Recorde-se que já este ano, a União Europeia já adoptou sanções contra a China pela primeira vez desde o massacre da Praça de Tiananmen, que retaliou ao proibir diplomatas europeus de viajar para o país.

AP, ZAP //

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1 Comment

  1. Nunca deviam ter aceite participar nos Jogos Olímpicos na China – nem noutros eventos realizados pelas ditaduras endinheiradas do Médio Oriente (A. Saudita, Quatar, Emirados, etc).

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