“Ideologias” são um “risco à segurança”. Jovens devem ser monitorizados, diz líder de Hong Kong

VOA / Wikimedia

A chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam

A chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou esta terça-feira que as “ideologias” representam riscos para a segurança nacional e pediu aos pais, professores e líderes religiosos que observem o comportamento dos adolescentes e denunciem às autoridades aqueles que infringem a lei.

A lei de segurança nacional, imposta pela China no ano passado, assim como as alterações no sistema político para reduzir a participação democrática e expulsar pessoas consideradas desleais a Pequim, tem atingido a sociedade em Hong Kong.

Em conferência de imprensa, Lam expressou a sua consternação, lamentando a morte de um homem de 50 anos que esfaqueou um agente da polícia antes de se suicidar, a 01 de julho, data em que se assinalou o aniversário do retorno da ex-colónia britânica ao domínio chinês e do centenário do Partido Comunista Chinês (PCC), noticiou a agência Reuters.

“Durante muito tempo, os cidadãos foram expostos a ideias erradas, como a de buscar justiça através de meios ilegais”, disse Lam, acrescentando que os riscos à segurança nacional derivam não só de atos de “ordem pública”, mas também de ideologias.

Cerca de uma hora após as declarações da líder, a polícia disse ter detido nove pessoas, incluindo seis estudantes, sob suspeita de atividades terroristas. As autoridades indicaram que apreenderam triperóxido de triacetona (TATP) num albergue, que descreveram como um laboratório para fabricar bombas.

Desde a introdução da lei de segurança, alguns dos mais destacados críticos do Governo foram presos ou fugiram para o estrangeiro, alegando que esta acabou com os direitos e liberdades, enquanto os seus defensores afirmam que a mesma restaurou a estabilidade.

Os departamentos governamentais “não devem permitir que ideias ilegais cheguem ao público por meio da educação, radiodifusão, artes e cultura, embelezando a violência e obscurecendo a consciência do público”, referiu Lam.

“Também convoco os pais, diretores, professores e até pastores a observarem as ações dos adolescentes ao seu redor. Se for descoberto estão a cometer atos ilegais, devem ser denunciados”, apontou.

Lam disse que os residentes de Hong Kong não devem ser enganados por mensagens que circulam ‘online’, nas quais é sugerido que o Governo é responsável pela violência, ou por ‘slogans’ como “não há violência, apenas tirania”.

Taísa Pagno //

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